Estou escrevendo do quarto do hotel em Paris, charmosésimo que só vendo, se não fosse pela chuva de hoje... Depois de andar a manhã e a tarde toda com um guarda chuva que não funcionava (sabe aquele tipo que “espana” no vento e faz você querer morrer de vergonha? Então...), voltei para o hotel, me despedi do meu sapatinho fofo, presente do maridinho há alguns anos, mas vou ter que abandoná-lo depois dessas aventuras aquáticas em Paris, pena, pena, pena!! Banho tomado, quentinha e sentei para escrever antes de sair para jantar. Infelizmente, a internet WiFi oferecida gratuitamente pelo hotel não funcionou nenhum diazinho, nada de Skype, então, Word pra que te quero!
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E eu só queria compartilhar algumas impressões e fazer observações do que eu vivi na viagem. Coisa de mãe e de filho, tá? Ok, ok, se alguém reclamar, eu falo mais detalhadamente dessa experiência de viajar só o casal, deixar os filhos, morrer de saudades, sentir dor de saudades mesmo, depois eu conto, juro, juro! Só não preciso entrar nos detalhes da lua-de-mel, né?!
Só uma coisa: quem achou que a gente tá descansando, errou feio! Quer descanso? E mordomia? Resort! No nordeste já tá bom. Aqui, a gente acorda cedo, anda o dia inteiro (vá para a Europa e nunca mais faça exercício para as pernas NA VIDA!), carrega mala, se perde, roda a cidade toda de metrô, essas coisas difíceis de uma vida dura... Vocês me entendem, né?! O ideal era emendar uma semaninha num resort mesmo (que pessoa folgada!), mas tem uma hora que a realidade em Euros acaba e temos que voltar para a dos Reais que pagam leite, fraldas e etc.
Mas, gente, olha só, eu fiquei muito impressionada com as mães e as crianças européias, falando especificamente das italianas e francesas. Sério, vamos descobrir os blogs delas, botar no Google Translator e aprender tudo.
Aqui, você vê sempre as crianças na rua, independente da hora, do tempo e das condições da cidade. Por exemplo: Veneza. A cidade é inteira de pedras no chão, super irregular, aquelas ruazinhas e vielinhas minúsculas, um milhão de pontes.
Vocês acham que isso espanta as mães com filhos??? De jeito nenhum. Elas agasalham as crianças ao máximo, saem empurrando e carregando os carrinhos através das pontes e pelas pedras.
Panda é uma coisa absolutamente inexistente por aqui. Vi bebês pequenininhos, até recém-nascidos dando altas voltas no frio e na chuva (preciso falar da chuva, já, já) e todos com mães lindas, magras, bem vestidas e arrumadas. Como elas conseguem, Senhor? Eu era íntima do roupão e do meu amigo Panda nos primeiros meses de vida dos meus filhos. Sair? Só se fosse para ir ao pediatra. Na chuva? Só se fosse para ir ao pronto-socorro. Como elas conseguem, Senhor? Ah, e sem babás. Não vi nenhum membro do país das nuvens brancas. Sabe, do tipo que te dá uma folguinha para tomar banho, lavar e secar o cabelo, se arrumar e então sair desfilando a prole? Nenhuminha. Como elas conseguem, Senhor?
Agora é sério: a chuva. Esse esquema me assustou um pouco. Acho que todo mundo conhece ou já viu capa de chuva para carrinho de bebê, certo? Mas alguém já usou? Aqui é um
must have daqueles! É só chover e lá se vão os carrinhos encapotados. Eu, particularmente, morro de aflição. Se chove, eu corro, com filho, mais rápido ainda, não fico passeando por aí, mesmo que seja de capa, guarda chuva e todo o equipamento necessário. Aquilo me dá uma sensação de claustrofobia, de que vai sufocar a criança, que ela vai ficar sem ar lá dentro, sei lá... Nunca usei e não gostei de ver em uso.
Sério de novo: entendi que a vida para as famílias é bem diferente na Europa. Desde a questão com a ajuda na casa, com os filhos e também com o transporte. Daí, me senti privilegiada, sabe? Principalmente porque vi muito, aliás, todos os bebês e crianças dormindo em condições não tão “acolhedoras”, entende? Eu acho que sonequinha de criança é fundamental pela saúde (“o sono alimenta, faz crescer e blá, blá, blá...” já diziam as nossas sábias avós, hein?!) e pelo descanso mesmo.
Meus filhos não dormem em carrinho, canguru ou em cadeira de restaurante. Lugar de dormir é em casa, no bercinho ou na caminha, bem gostoso, quentinho e confortável. Quando vi uma mãe tirando o tênis da filha, fazendo um travesseiro com a própria pashmina e cobrindo a menina com o casaco para dormir no banco do
Musee D´Orsay quase chorei de pena. Daí, a menina dormiu e a mãe ficou lendo 600 vezes o mapinha do museu. Porque não foram descansar em casa ou no hotel? A chata e fresca sou eu ou vocês também acham normal dormir no banco duro do museu?
Agora, o uso prioritário do metrô como transporte acaba obrigando os pais a carregarem os filhos nos carrinhos. Inclusive crianças grandes, cheguei a estranhar. Você raramente vê crianças andando à pé, vivem nos carrinhos. Engraçado, né?! Eu acho carrinho um trambolho e me livrei dele assim que pude, adoro sair de mãozinha dada com os 3, mas entendo que nesse caso nem sempre passeio é passeio, acho que muitas vezes envolve aquelas tarefas chatas de mãe e pai, então fica mais fácil botar no carrinho do que fazer supermercado ou ir ao banco e ainda ficar de olho nos “pequenos terríveis”.
Pequenos, quem? Pois é, crianças terríveis não parecem fazer parte desse continente. Juro! Não vi manha, birra, grito, choro, nada! Elas são muito educadas e devem estar super acostumadas com essa vida na cidade, no meio de gente grande que quase até se comportam com tal. Será que criança no meio dos adultos fica parecendo adulto também? E isso é bom?
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