Esse post nunca foi publicado aqui, mas é um repeteco em homenagem à chegada das férias. Não sei se choro ou se comemoro, tendo em vista o que aconteceu no último mês de Julho... Vocês me perdoam se eu der uma sumidinha??
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O erro número um foi aceitar os apelos da babá das crianças e autorizar que ela tirasse férias na mesma época das férias escolares.
Pensando bem, que mal tem? É só o mês de julho se aproximar e somos bombardeadas de programas super bacanas para fazer com os filhos ao longo desses (intermináveis) 30 dias, só coisa boa mesmo! A programação do cinema infantil é incrível, não faltam opções, faltam até dias de férias para aproveitar e fazer tudo.
Ok, pode ir lá para a Bahia, eu fico aqui com os três na boa. Afinal, eles são meus filhos e se eu não der conta deles por 30 dias, que porcaria de mãe eu sou? Vesti a fantasia de Super Mãe, uma calças de plush, um All Star bacaninha, uma bolsa grande de pendurar nos ombros para deixar as mãos fiquem livres, e lá fui eu.
Achei que seria uma boa idéia dar um pulo no shopping, comprar o presente de aniversário do maridinho, passar na livraria e tomar um lanchinho por lá. Saímos todos arrumadíssimos, filhos dignos de uma mãe que tem tempo e paciência para caprichar nos modelitos para um passeio.
Logo de cara, um elevador panorâmico atraiu super a atenção das crianças. Tanto que, quando chegamos no último andar do shopping, chamei todo mundo para sair do elevador, um por um pelos nomes e saí confiante na obediência e na educação dos meus filhos. Até que uma moça me grita: “tá faltando um!”. Olho pra dentro do elevador, assustada, e vejo o Joaquim lá no cantinho, fascinado pela visão daquela porcaria de elevador de vidro. Segurei 2 filhos em uma mão, uma filha em outra, jurei que nunca mais entraria em um elevador daqueles, sentei no primeiro banco que encontrei e tive uma conversa séria com eles. Para evitar sustos ou qualquer outro tipo de nervosismo, utilizei estratégias que não me ensinaram na faculdade de Psicologia prafrentex em que eu estudei: “olha só, se vocês não ficarem perto da Mamãe, vem um homem, pega vocês e leva todo mundo embora para sempre, sabiam? Vocês não querem isso, né?! Nunca mais ver a Mamãe e o Papai, já pensou que tristeza?? E também tem outra coisa: quem sair correndo e fugir na rua ou na garagem, vem o carro e atropela, sabiam? Vocês também não querem isso, certo?!”.
Ninguém mais fugiu ou ficou para trás.
Mas, olha só, se alguém me encontrar em um banquinho do shopping conversando muito séria com 3 crianças, não recomendo chegar perto e perguntar “é trigêmeos??”. Não serei muito simpática ou educada. Mas saibam: “Não, não SÃO trigêmeos! Ela é mais velha, mas a diferença é pequena, apenas 1 ano e 2 meses. Obviamente não fiz tratamento, caso você esteja curioso, mas tenha ficado com vergonha de perguntar.”
A parte do presente do maridinho, da livraria e do lanchinho podem ser classificadas no nível de sobrevivência fácil. Difícil mesmo foi chegar em casa e dar banho nos 3.
Aproveitei o dia de um calorzinho extra em pleno mês de julho e enfiei o trio na minha super banheira. Um banho feliz, cheio de espuma, brinquedinhos e até uns “sabonetes tinta” nas cores preferidas de cada um deles. A logística é trabalhosa, porém simples. Encho a banheira, coloco os 3 lá dentro, dou banho em cada um, daí vou tirando e trocando um por um. Afinal, qual é o problema de deixar uma criança brincando na banheira em um dia de calor? (Claro, que eu estava no quarto ao lado, pertinho, pertinho, ouvindo tudo).
Problema nenhum, banho gostoso e relaxante. Tão relaxante que o Joaquim não agüentou e fez cocô na banheira. Entenderam bem? COCÔ NA BANHEIRA. Daí, corre, liga o chuveiro, enfia os 3 lá, lava todo mundo, tira um por um, vai trocando, caos! E, ainda por cima, esqueci de filmar a cena para melhor ilustrar esse post, me perdoem.
Depois de estarem todos prontos, limpinhos e cheirosos, ainda tinha um cocô para tirar da banheira e limpá-la, obviamente. (Essas são as delícias da imprevisibilidade da maternidade, anotem!).
No dia seguinte, precisei ir ao supermercado. Com eles, é claro. A estratégia é simples: a gente oferece um suquinho do Ben 10, da Hello Kitty ou de qualquer outro personagem que eles se interessarem. O suquinho é daquelas porcarias atrativas por uns... 30 segundos! Imediatamente, estavam os 3 correndo pelo supermercado querendo a Bisnaguinha do Scooby Doo, o bolinho do Ursinho Pooh e o lencinho umedecido do Barney. Calma, calma, pensa rápido, reúne todo mundo e enfia os dois meninos no carrinho. Fala para a Manu não soltar em hipótese alguma do carrinho, “lembra daquele moço que rouba as crianças, filha? Então, não solta e não some, ok?!”. Ela obedeceu. Me vi, então, com um carrinho lotado de filhos, mas onde colocaria as compras? Mantive os dois lá dentro (melhor não perder os filhos, né?! Maridinho ia ficar uma onça comigo!) e fui pedindo que cada um carregasse e colocasse no colo alguns itens da compra.
Eles adoraram ser os ajudantes da mamãe no supermercado, eu só não havia imaginado que chegaria em casa com o pão e o bolo amassados e os pacotinhos de couve-flor e brócolis furados, com os galhinhos dos legumes arrancados. Mas quem é que liga pra isso? Eles arrancaram tudo-tudo, apenas com o objetivo de facilitar o processo da mastigação. Beleza.
Chega em casa, carrega as compras para o apartamento, guarda tudo e... hora do banho de novo. Dizem que um passarinho não faz cocô 2 vezes na mesma cabeça, ou banheira, como quiserem. Aplicando essa lógica, poderia usar a mesma estratégia do dia anterior para o banho e daria tudo certo.
Eu não contava com o trauma do Joaquim por ter feito cocô na banheira e é lógico que ele se recusou a entrar na “banheira do cocô”. Não adiantou explicar que eu me matei para limpar e desinfetar a droga da banheira com todos os produtos de limpeza que eu pude encontrar. Ok, dei banho nele no chuveiro; na Manu e no Pedro na banheira. Tirei primeiro a Manu e deixei o Pedro lá brincando um pouco. Quando voltei ao banheiro para tirá-lo, surpresa! O PEDRO TINHA FEITO COCÔ NA BANHEIRA. ACHOU INTERESSANTE E ESTAVA BRINCANDO COM A SUA PRODUÇÃO FECAL. Posso pular a parte de tirar o moleque, lavar no chuveiro e limpar a banheira? Obrigada.
Ok, achei que já havia vivido emoções suficientes e resolvi me mandar para a fazenda, para o sossego do campo, respirar ar puro e ficar com eles por lá. Foi só começar os preparativos e a febre apareceu. Primeiro o Pedro, lá na casa dos 39, depois o Joaquim, na faixa dos 39 também e, por fim, a Manu, que não ficou pra trás e fez o termômetro digital apitar loucamente lá na casa dos 39 graus.
Foi uma semana assim, minha gente. Perdi a conta das doses e litros de antitérmicos que dei, alternando 3 tipos, believe me! Das sessões de inalação, tudo multiplicado por três, lembrem-se. Melecas, espirros e tosses sem cessar.
Na sexta feira em que os três acordaram fresquinhos de tudo e que eu quis comemorar fazendo o ritual da fogueirinha para queimar os remédios que eu não precisaria mais usar, Manuela olhou bem para mim e me disse:
- Mamãe, olha só, parece que você está com sombra marrom embaixo do olho, você se maquiou?
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Lógico que algumas coisas mudaram de lá pra cá, quase 6 meses depois.
Duvido que o Joaquim e o Pedro, desfraldados, façam cocô na banheira. Porém, ser mãe é viver o imprevisível noite e dia, então melhor não botar a mão no fogo.
As férias agora são de verão e incluem Natal e Revéillon. Calor e festas de fim de ano são coisas que eu amo, porém serão dois meses...
A noção de fugir e ser atropelado ou levado embora por algum homem do mal já está bem entendida e lobotomizada nas 3 cabecinhas, digamos assim.
Mas e a babá? Se ela teve férias em Julho, será a nossa companhia agora, certo? Errado, a fofa e querida está saindo de licença à maternidade...
Portanto, abraços, convites e sugestões de programas são muito benvindos!
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