
Agora em junho, já começo a entrar no clima das festas da nossa família: Manu faz 3 anos no final do mês, eu e o meu marido comemoramos o nosso aniversário de casamento na mesma data.
Em julho, aniversário do maridinho e, em agosto, o meu, do Joaquim e do Pedro. É uma época muito gostosa, cheia de comemorações e presentes (quem não gosta?)!
Mas, nesse feriado, fiquei pensando no meu aniversário e no que isso está representando para mim. Ok, vou fazer 30 anos e não tem crise alguma nisso, juro!!!
Ao contrário, tenho o maior orgulho do mundo de estar a 2 meses dos 30 com uma (grande) família já constituída, a nossa vida em ordem, me sinto disposta, feliz, tudo caminhando bem, sabe?
Mas, e o que mudou? “O que é que esses 30 anos estão te representando, Camila?”, vocês podem me perguntar. E eu digo que me tornei mais leoa ainda e também pavão, do tipo que não admite que mexam com a minha cria e que adora exibi-la o tempo todo.
Adquiro maturidade e responsabilidade a cada dia, penso 4 vezes antes de fazer qualquer coisa (1 marido + 3 filhos), me acostumei a dormir bem pouco (apesar de não me conformar em nunca mais dormir 12 horas seguidas no fim de semana), adotei o look "olheiras para sempre" e muitas outras coisas.
Mas sabe o que vem me pegando? Umas “entidades”, antes bastante desconhecidas e silenciosas, mas que agora habitam o meu corpo no maior estilo arroz de festa – bicão: os primeiros a chegar, os últimos a ir embora, e “causam” o tempo todo!
Me refiro aos meus hormônios! Eu, que nunca notei a presença deles em mim, ultimamente... Socorro!! Eles têm feito verdadeiras
raves mensais aqui dentro!
O físico é básico
teen. As minhas 20 miligramas diárias de Roacutan não conseguem evitar uma espinha aqui, outra ali. Até aí, tudo bem, vai, mas o emocional...
Nesse último mês, foram 4 crises de choro em um só dia. Na última, quando finalmente me dei conta do que estava acontecendo, pedi um abraço para a Manu e ela negou, afinal, quem quer abraçar a mãe louca?
O meu marido me pediu para deixar os sapatos dele na Sapataria do Futuro para serem engraxados e eu comecei a chorar loucamente dizendo que eu não dava conta da minha vida, da dele, das crianças e da nossa casa. Vejam bem: eu nem tinha que engraxar os sapatos por minha própria conta e risco.
Percebem o tamanho do drama? Ou melhor, do poder dessas entidades terríveis?
A empregada vem perguntar o que eu quero para o jantar e a minha vontade é cozinhar a cara dela na panela de pressão. O meu celular toca, o número é estranho e já me dá vontade de chorar de desespero só de pensar no que pode ser. Percebem?
E isso tudo tá nesse post, desse blog, por qual motivo mesmo, hein?! Porque, nessas horas, é chato ser mãe. É chato educar. Paciência e disposição são palavras que fogem da nossa vida. A vontade é ficar debaixo do edredom, assistindo qualquer coisa besta na TV, comendo uma ou duas panelas de brigadeiro.
Mas esse é o meu exemplo, o meu limite pessoal e cada um deve ter o seu. E eu pensei mais ainda e, não sei se numa tentativa de me justificar, ou me perdoar, acho que pai e mãe são seres humanos. Pacientes, brincalhões, risonhos, contadores de histórias, carinhosos e tudo o mais. Mas também têm dias ruins, xingam no trânsito (daí, se viram para explicar a palavra feia falada na hora...), choram e até brigam.
Eu não estou defendendo quebra-pau na frente de filho ou qualquer tipo de baixaria, agressividade, pelamordeDeus, isso não se justifica. Mas o mundo não é só cor-de-rosa e, por mais que tentamos ser leoas protetoras e defensoras 24 horas por dia, nem a Mulher Maravilha agüentaria!
É importante mostrar e demonstrar as várias emoções aos nossos filhos, sempre na medida do que eles agüentam e podem entender. “A Mamãe tá chorando porque tá triste”.
Dói? Traumatiza?
Ser humano é isso aí, e educar é também nomear os sentimentos dos nossos filhos. Quem são os maiores demonstradores de raiva, braveza e frustração nesse mundo?? Elas, as crianças. E a nossa função não é abafar, contornar ou disfarçar esse tipo de comportamento. Devemos validá-los, reconhecê-los como naturais e essencialmente humanos, procurando mostrar quais os caminhos para lidar com eles da melhor maneira possível. E, a melhor maneira de todas, somos nós. A forma como nós lidamos e demonstramos isso a eles. Esqueceu que na frente de pai e mãe tem um espelho? Que eles imitam tudo o que fazemos? Que somos os maiores modelos de conduta que eles têm na infância? Percebeu o tamanho da responsabilidade? Dá um medinho, não dá?
Então, “administrar hormônios” é facinho diante da missão que é botar e educar filho nesse mundo.
Que venham os meus 30 e a enxurrada de hormônios!
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