A Carolina Mendes publicou um
post lá no Malvadezas que é pura polêmica! A história rendeu, as discussões em torno do que ela escreveu parecem infinitas, mas eu mesma não me ofendi ou reagi exageradamente como a maioria das pessoas fez. Vejam só: me considero uma excelente mãe das três crianças mais lindas e educadas do mundo, e enxergo bem o ponto e as razões da Carolina.
O que passa batido para muita gente que leu o post é de que ele foi publicado em um blog chamado MALVADEZAS. Dá para ser mais explícito ou precisa desenhar? Portanto, a acidez e o politicamente incorreto são básicos. Só que nada disso parece “caber” ou combinar com a experiência da maternidade, o que não deveria ser verdade, na minha opinião. É impossível “ironizar” e tirar sarro (de maneira simplificada, por favor!) algumas situações da maternidade?? Isso aumenta ainda mais a culpa das mães que o fazem?
Vou direto ao que eu concordo:
Crianças são sujas: é fato que elas se sujam mais facilmente sim e elas não tão nem aí para isso. Nariz escorrendo pode não ser um incômodo, botar a mãozinha na frente da boca e do nariz antes de espirrar e de tossir é basicamente uma questão de educação e isso é responsabilidade de quem? Se não for dos pais, melhor procurar alguém que tenha o perfil/treinamento da governanta alemã, como a Carolina sugeriu, porque essas pessoas se importam e se preocupam com o tal do “asseio”. Só assim, as crianças perderão essa imagem amplamente difundida de serem “sujas”.
Crianças são barulhentas e inapropriadas: cadê a novidade? Zero, nada. Ser barulhenta em uma festa é uma coisa, durante uma missa, é outra história. Cabe aí, novamente, educação e responsabilidade dos pais para o aprendizado da ADEQUAÇÃO. Fato. Simples e nem tão simples assim, porque é difícil pra caramba, dá um trabalho do cão. Não tá a fim? Acha que não nasceu pra isso? Melhor chamar a tal da governanta alemã, ela pode garantir um trabalho melhor do que a vizinha, por exemplo, a quem você delegou a criança e não vai contribuir para as estatísticas de crianças mal educadas e birrentas do nosso país.
Crianças são caras: precisa comentar? Carolina foi generosa, crianças são caríssimas, artigos do mais alto luxo. E aposto que ninguém discorda.
Crianças são frustrantes: em certos pontos, sim. E qual é o problema? Todo mundo tem sonhos e expectativas com relação aos filhos e é muito provável que nem o mínimo esperado não vai ser “atendido” pelo seu filho. Desde o mais básico: sonhar que a sua menininha seja uma princesa bailarina. E, de repente, a menina só quer saber de fazer judô. Acontece e muito. Em todas as idades. Mas quem aí tem coragem de assumir o que espera dos filhos?? Desde o cabelinho liso ou cacheado, até a escolha profissional, todo mundo sonha. E se frustra muito.
Frequentando lugares apropriados, ou child friendly: sou altamente favorável! Lembrem-se que tenho três filhos e poderia “ignorar” essa “regra” de como conviver com as crianças em sociedade pelo simples fato de que facilitaria a minha vida e de querer me divertir também, poxa vida! Mas, não. Uma diquinha básica é descobrir se o estabelecimento que você pretende ir naquele final de semana dispõe de cadeirões. Não?? Sacou a dica? Not child friendly! (E qual é o problema em optar por um hotel que não aceita crianças quando eu quero comemorar o meu aniversário de casamento com o meu marido?? Não tenho direito a sossego? A não acordar ao som de choro?).
Quando vejo crianças dormindo numas três cadeiras agrupadas em restaurantes, bares e casamentos, enquanto rola música alta, bebida e cigarro só consigo pensar no tal do Conselho Tutelar. Não é saudável e, muito menos, apropriado. Quer aproveitar a balada? Ou vai ficar espiando se a criança não rola das cadeiras para o chão, pois está acostumada a dormir numa cama bem mais espaçosa e confortável? Ou preocupada se um bebâdo vai tropeçar e derrubar um copo de whisky vagabundo no seu anjinho? Então, contrate uma babá ou peça ajuda da mãe, da sogra, da vizinha, da madrinha, da tia ou de quem quer quer que seja!
E ir jantar na casa dos amigos, tipo 9, 10 da noite e levar o filho de pijama? Afinal, “já, já, ele vai acabar pegando no sono no sofá”, justifica a mãe. Mas, não, o moleque estranha, fica irritado, choroso, manhoso, pedindo atenção o tempo todo e você, como mãe, não aproveita nada e ainda “incomoda” e “atrapalha” o jantar dos seus amigos. E aí, valeu a pena? Aproveitou o jantar?
Agora, na minha casa, eu faço ou proíbo o que eu quiser. Se for programa para as crianças, pizza e cachorro-quente, com direito a pingos de catchup nos móveis, tapetes e sofás. Mas a casa é minha e pode fumar no terraço. Se o programa for para os adultos, as crianças estarão dormindo, pode fumar na sala e falar palavrão. Depois, o azar é meu, por ter que lidar com a ressaca no dia seguinte e três criancinhas a mil por hora.
Amamentar é divino, é estar numa conexão direta e profunda com o seu filho e requer privacidade, tamanha a intensidade e intimidade do momento. Você está em estado de graça, a mais poderosa dos seres femininos. VOCÊ e ninguém mais. Na grande maioria das vezes, quem está de fora enxerga apenas um par de peitos cheios de leite. Na minha época, era eu e o bebê, o bebê e eu. Ele só de fraldinha e eu até sem blusa, o contato é importante, mas a exposição, não. Essa, eu passo.
(Mas, ei, Carolina, você não está sozinha! Sem querer comparar, também me sinto um ET quando as pessoas se chocam por saber que eu não tenho afeição ou afeto por cachorros e gatos e muito menos entendo a relação que os humanos estabelecem com os bichos...)
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Críticas, xingamentos e anônimos em 3, 2, 1!
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