quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cartão de embarque, por favor!


Hoje estou aqui só para me despedir mesmo. Estamos saindo de férias. Não pesquisei nenhum site ou blog sobre dicas de programas em viagens com crianças, se é que vocês me entendem. Vamos só nós dois. Nosso presente de 30 anos, um amigo que está nos fazendo o favor de casar lá beeeeem longe, estamos cansados, merecemos e porque sim!!!

Criancinhas ficarão entre uma avó e outra, entre uma casa e outra e cheias de visitantes sempre ilustres!

Pretendo tirar férias do blog e da internet em geral. Com exceção do Skype, para que eu possa ver os meus filhos comendo brigadeiro de café da manhã na casa da avó.

(Antes que alguém pergunte, somos TRI e não estamos partindo num projeto rumo ao TETRA, ok?? As nossas encomendas dessa viagem são apenas bens de consumo, certo?)

*****

Estou contando os dias há meses e tenho passado os últimos tempos organizando a vida das crianças na nossa ausência. O maior obrigada a minha mãe e a minha sogra, que farão o enoooorme favor de nos substituir durante a nossa ausência. Não apenas substituir os pais, mas estragar as crianças. Avó serve pra isso e tudo bem, de vez em quando é bom.

Agradeço também ao Excel, pela sua existência e perfeição proporcionado uma organização neurótica como eu gosto e me sinto sossegada estando longe.

Viajamos na sexta-feira, mas preciso cuidar da vida! Os preparativos para uma viagem de 16 dias não são poucos, ainda mais quando preciso deixar a casa abastecida e em ordem para a tropinha e os convidados todos.

Enfim, esse é um post pra cima e alegre. Porque se for falar da saudade e da despedida, será o fim do teclado por alagamento. Melhor não! (E o Tratado da Culpa vou ficar devendo, fica para a volta, ok?)

Então, é isso aí! Até a volta, mas alguns recadinhos: não morram de saudade, votem direitinho (apertem dois números na sequência, facinho, facinho, o primeiro é par e, o segundo, ímpar!) e não deixem que ninguém plagie o meu blog, tá bom??

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

E a malandragem só continua...


Quando você tem dois menininhos gêmeos idênticos, malandragem (e doencinhas!!) pouco é bobagem!

Os meninos tiveram febre, gripe e tal, mas não perderam o "rebolado"!

Maridinho foi medir a febre do Pedro:

- Filho, tá com febre, sim, vamos tomar o remédio!

E ele, o que dá mais trabalho quando está doente e precisa tomar remédio, já começou a se debater, dizendo "não! Num queio tumar remédio" e afins.

Maridinho insistindo:

- Mas, filho, você está com febre, precisa tomar o remédio...

Um momento de inspiração "malandrística" do Pedro:

- Mas eu sou o Joaquim!

*****

Novamente, sem mais.

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Blogagem Coletiva: "A ética da blogosfera"


Depois daquele post, fiquei realmente chateada, muito mais do que um dia poderia imaginar. Parece bobo e é difícil de explicar, mas porque será que uma pessoa que não me conhece, copia o meu perfil e o toma como dela? É infeliz consigo mesma? Achou o meu perfil mais interessante? Não teria condições de se descrever e gostou do meu jeito? Eu não sei e desisti de procurar os motivos dessa pessoa.

Mas entendi porque fiquei tão triste e decepcionada.

Esse mundo virtual acaba tomando uma dimensão quase que real para muitas pessoas, especialmente as que estão envolvidas com blogs e redes sociais. Em uma realidade de tantos reality shows de sucesso então...

E o maior erro é assumir que simplesmente por ser virtual existe uma proteção do anonimato. De que podemos fazer qualquer coisa ou sermos qualquer pessoa, pois ninguém descobrirá.

Errado! Errado! Errado! O Big Brother rola solto aqui, mais do que na televisão.

Há ferramentas especializadas em rastrear todos os cliques de uma pessoa, fornecendo detalhes do tipo de computador que a pessoa usa, o idioma, o local, de onde veio, para onde foi. Então, meus caros, foi se o tempo do anonimato na internet. Além de haver legislação específica para alguns “causos” virtuais, a própria lei protege para outros também relacionados à internet. (Já consultei o meu advogado para esse assunto, pois não gosto de falar bobagem. Mas os outros doutores que quiserem se manifestar, por favor, fiquem à vontade!).

Ou seja, a ética na internet deve ser a mesma da vida “normal”.

Se você gostou da blusa que eu estou usando, vai roubá-la? O normal é que não roube. Pode elogiar, perguntar onde eu comprei e até comprar uma idêntica (acho meio bizarrinho, mas vá lá...). Ou se “inspirar” num estilo e adotá-lo para si, mas sempre dando a sua própria “cara” para aquilo. Dá para entender?

Se você gosta de um determinado texto, música ou poesia, vai copiá-lo num cartão e mandá-lo para a pessoa amada? O normal, novamente, é de que não e sim dizer que o tal do Chico Buarque sabe falar tão bem de amor e que aquilo foi escrito para o lindo casal apaixonado.

Eu não acho que deve haver diferença de conduta entre o virtual e o real, independentemente de anonimato, proteção e legislação. Boas maneiras, boa educação e gentileza são grandes virtudes e valores que precisam ser aplicados em todos os tipos de relação, sejam elas íntimas, familiares ou virtuais.

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pérolas de Manu!!


Ok, vamos lá, que hoje é sexta-feira! Bola pra frente e algumas risadas não fazem mal a ninguém!

E, na segunda, blogagem coletiva: "a ética na blogosfera e internet". Não se esqueçam, vamos aderir, participar e postar juntas, com direito a um selinho da Anne exclusivo para a ocasião.

*****

Um adendo: aqui em casa, quando alguém apronta (entenda-se Manu batendo nos meninos), a "punição" é ficar uns minutinhos "pensando" na cadeira. A clássica estratégia da educação moderna!

Ontem, a pergunta da mocinha foi:

- Mamãe, o que tem dentro da cabeça?

- Filha, tem o cérebro.

(Resposta certa?? O que se diz para uma criança de 3 anos? Posso começar a introduzir neuroanatomia no repertório dela? Ou é melhor falar em sonhos, fantasias e idéias? Como ela já manifestou interesse em ser médica, resolvi apresentar-lhe essa estrutura exclusivamente humana tão importante!)

A pergunta seguinte e óbvia para quem conhece Manuzinha:

- E o que o cérebro faz, mamãe?

- Ele é quem faz a gente pensar!

- Quando bate nos irmãos???

*****

Sem mais. Bom final de semana!!

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Continuando

Eu não estava a fim de postar nada, nadinha. Se alguém quiser saber como eu estou depois do tal do plágio, é só reler o post de ontem.

Mas, no entanto, não poderia ignorar os muitos comentários recebidos, os quase 500 acessos que o blog teve e toda a movimentação gerada no Twitter. Obrigada a todos que se solidarizaram e foram tão carinhosos comigo.

A Carol Passuelo (@carolpassuelo, www.vinhosviagenseumavidaemcomum.blogspot.com) foi uma fofa e lançou a campanha para uma blogagem coletiva a respeito da ética nos blogs. Preparem seus posts, pessoal! É para segunda-feira! Os meus dedinhos estão se aquecendo aqui neste que vos tecla.

A Anne (@annesuperduper, www.mammisuperduper.blogspot.com)até preparou um selinho especial para a ocasião, outra fofa! Este vocês podem e devem copiar e exibir nos bloguinhos!

E um comentário meu lá naquele encontro da Crescer (cliquem lá, agora tem até um videozinho!!)acabou inspirando o Marcelo para o post de hoje no Sopa de Pai. Corretíssimo eticamente, por sinal. Adoramos esse tipo de inspiração que nos conta de qual fonte bebemos, certo?

E, depois de lerem o Sopa de Pai, vocês vão entender melhor ainda. Mas estou aqui exercitando o meu instinto em relação a essa coisa toda. Instinto não fala à toa e nem na linguagem mais fácil. A gente tem que ficar quietinha para entender direito, sabe?

Então, é isso.

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma grande decepção

Então, eu estou muito brava. Brava mesmo, uma onça! Descobri, completamente sem querer e por acaso, uma pessoa que copiou a descrição do meu perfil e “adotou” como dela.

Ipsis litteris.

Já faz alguns dias e tenho pensado desde que descobri. Todo mundo sabe o risco que corre por estar na internet, por ter um blog e tal. Plágio acontece direto, tem gente que rouba post, fotos, escuto esse tipo de história direto, mas plagiar o perfil???

A pessoa não sabe se descrever? Não sabe dizer quem é? Gente, desculpa, eu sou eu, sou única, como cada um de vocês e não adianta tentar copiar, porque nunca ninguém, por mais que tente, vai conseguir ser igual ao outro. E tenho gêmeos idênticos que só reforçam essa realidade...

Eu não quero botar o dedo na cara de ninguém, não, nem fazer algum tipo de denúncia, a consciência e o problema é da “pessoa plagiadora”, aliás, acho que ela nem é leitora assídua deste blog, faz mais o tipo que vai dando CTRL-C e CTRL-V por aí, faz um patchwork bem mal feito e nem sabe de onde vieram tantos retalhos.

O que tenho notado através da leitura e de acompanhar tantos blogs de mães é que as pessoas se ajudam, trocam figurinhas e dicas o tempo todo e isso é muito rico. A gente acaba criando uma rede de “mães amigas virtuais” que se ajudam, queremos saber dos filhos, se estão bem, se desfraldaram, se melhoraram da virose, não há recriminação ou retaliação quando nos rendemos àquelas ações facilmente condenáveis mundo afora, afinal uma mãe entende a (culpa?) da outra e tudo bem. Eu mesma tenho moderação de comentários e tive que excluir apenas um e não tinha nada de tão grave, era só engraçadinho e anônimo.

Portanto, eu me sentia relativamente segura e protegida mantendo o meu querido blog.

Tenham a certeza de que uso os meus próprios filtros, escuto quem me diz que eu não deveria contar isso ou aquilo, pois trata-se de exposição extra e tal. Achar que se conhece alguém desde sempre simplesmente pela leitura de um blog é uma ilusão, pessoal. Com relação a mim, certamente. O que eu mostro aqui é uma parte de mim, o lado da maternidade quase que exclusivamente. Claro que podemos encontrar inúmeras afinidades com algumas pessoas e passarmos a ser amigas, o que é o máximo e apoio super. Ainda assim, eu me sentia tranqüila cercada por tantas mães fofas e queridas.

A “ética blogueira” implícita não exclui uma mãe inspirar a outra, tanto no sentido de fazer algo com o filho que deu certo, quanto a motivação para algum post.

Se eu contar que comer mamão à noite ajudou o meu filho a dormir 12 horas seguidas e alguém quiser tentar, tenho certeza de que o esperado da educação é mandar um comentariozinho fofo agradecendo pela dica. E isso acontece muito, ainda bem!

Outra coisa é alguém escrever um post enooorme sobre algum assunto importante e relacionado à maternidade. Vem outra pessoa, se empolga e escreve também, mas linkando e citando o post inicial e inspirador. Muito educado e correto. Também acontece bastante, novamente, ainda bem!

Mas daí, me vem a “pessoa plagiadora” e copia o meu perfil. NÃO ME CONFORMO! E, uma coisa que ninguém sabia ao meu respeito, é que dificilmente me decepciono com alguém, mas quando acontece, raramente consigo me “des-decepcionar”.

É isso.

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

As crianças


Talvez esse post esteja um pouco atrasado, mas é que eu andei pensando esses dias em inúmeros motivos pelos quais eu gostaria de voltar a ser criança. Vejam só:

- usar o shampoo do Shrek e o condicionador da Barbie, lavar os cabelos, penteá-los e tê-los sempre lindos e em ordem. Independente de leave-in´s, silicone, químicas mil, secador, chapinha e todos os etcs que nós, mulheres, precisamos e usamos tanto;

- fazer uma, duas ou três “chuquinhas” ou encher o cabelo de fivelinhas e todo mundo achar lindo e fofo (imaginem se cometêssemos um crime desses? Internação na hora!);

- ter, LITERALMENTE, uma pele de bebê, que dispensa os mais variados cremes, produtinhos e maquiagens milagrosas;

- ter uma bexiga novinha em folha e super resistente, que não te obriga a levantar 2 vezes por noite para fazer xixi, mesmo não estando grávida, o que é bem pior!

- Acordar de manhã cedo, sem olheiras, cheia de energia, pique e disposição diariamente depois de, no mínimo, 10 horas de sono;

- ser, de fato e de verdade, todas as princesas e super-heróis apenas trocando de fantasia milhares de vezes por dia;

- se confortar, se acalmar e se proteger no “meinho” da cama dos pais, certamente o melhor e mais seguro lugar para estar diante de qualquer medo!

- Comer pipoca, brigadeiro, cachorro-quente, batata frita e bolo sem se preocupar com o fato daquilo tudo permanecer depositado na sua cintura eternamente...

- Usar Crocs coloridas cheias de “badulaques” pendurados e estar na moda (??);

- Ser bochechudinha, cheia de dobrinhas e linda;

- Ganhar roupas novas praticamente a cada mês (crescimento vertical e não lateral, vejam bem...).

São tantas as vantagens! E tenho certeza que todo mundo pode colaborar e acrescentar algumas. Mas, se a minha terapeuta lesse esse post (alô, doutora, tá aí??), ela me diria que estou nostálgica, cansada, querendo voltar para o colo ou barriga da mamãe e me sentindo velha, balzaca de tudo.

Vai, manda o diagnóstico com carimbo e tudo, assino embaixo!

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O novo circo


Levamos as crianças ao circo esse fim de semana. A falta de piscadas durante todas as atrações assistidas e o espetáculo à parte, me ocorreram duas coisas:

1) Já vi uma série de blogs e livros que comparam as atividades da maternidade aos exercícios executados por malabaristas e contorcionistas. Parabéns a todas pela analogia! Está certíssima! Temos muito o que aprender para a nossa vida prática com esses profissionais.

2) Desde que o meu mundo é mundo, há animais nos circos. Pois, o meu mundo acabou sábado à tarde! Eles estão proibidos devido aos maus tratos. Eu me lembro de levantar na hora do intervalo, ir comprar uma pipoca e ver, ao voltar para a segunda parte, o picadeiro todo cercado com grades. Era um sinal de que seria a hora dos animais, perigosíssimos para as crianças, claro, as grades não estavam ali à toa. E essa era a parte mais emocionante! E o moço na moto no globo da morte? Nada disso, esqueçam.

O assunto é polêmico e já rendeu discussões, mas o circo “politicamente correto” perdeu parte da sua graça. Vejam só a indignação da pequena Manu diante da apresentação de um bailarino:

- Mamãe, ele não pode dançar assim! Ballet é coisa de menina!

Viram? São essas as nuances do politicamente correto que enfrentamos e enfrentaremos para o resto da vida com os filhos. Quem explica? E quem tem razão??

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Convidado especial para o Dia dos Professores!


Então, eu quis estar na moda dos bloguinhos e convidei alguém para escrever aqui.

A escolha do meu convidado se explica, em primeiro lugar, pela raridade que é um pai blogueiro dando depoimentos e opiniões. A experiência da paternidade desperta o interesse e a curiosidade de muitas mães, tenho certeza!!

O espaço hoje é do Marcelo Cunha Bueno, grávido do Enrique, colunista da Revista Crescer e autor do Sopa de Pai. O Enrique ainda não nasceu, mas ele já é pai, sim, viu?! E conta no blog as expectativas, medos, alegrias em se tornar pai e a evolução da gravidez da Gabi, a mulher dele.

Leiam o post dele aqui, mas depois corram e !

Mas, o mais legal é que o Marcelo também é professor, tem uma escola, a Estilo de Aprender e trabalha com formação de professores mundo afora. Tudo isso só pode trazer ainda mais vantagens para nós, leitoras, não é mesmo?

Entre o meu convite cara de pau e a escolha do tema para o post dele, apenas sugeri que fosse algo relacionado à educação, já que eu gostaria de homenagear todos os professores pelo dia de hoje.

Espero que gostem e aproveitem!

*****

SER PROFESSOR

Ser professor é escolher estar com outros.

Ser professor é afirmar todos os dias que acreditamos nas pessoas, no mundo.

Aprendemos o ofício vivendo as relações presentes na escola, na cultura...

O professor é um inventor de espaços. Um guardador de contos. Criador de espaços de aprendizagem. Um espaço que pode ser dentro da sala, embaixo de uma árvore, de olhos fechados, num quintal gostoso, numa quadra. Professor pode inventar espaços. Se estudam os romanos, por que não dar uma aula no Coliseu? Se estudam os egípcios, por que não dar uma aula ao lado das pirâmides? Se estudam o fundo do mar, por que não dar uma aula no navio de Cousteau? É preciso entrar na história, habitá-la para fazer sentir.

Ser professor é fazer uma escolha. Uma escolha que deve ser refeita todos os dias, que deve ser pensada todos os dias. É preciso saber e entender que estamos escrevendo uma história juntos. Que somos parte da vida das crianças, dos jovens, das famílias. Somos responsáveis pelo tempo da criança enquanto ela estiver conosco.

Têm noção do que isso significa? Responsável pelo tempo... Temos de nos perguntar todos os dias se entendemos o que representa ser uma referência, uma segurança, um companheiro de crescimento. Ser o tempo. Ser um tempo. Que deve se descolar da ideia do tempo cronológico. Temos de ser o tempo das intensidades, do tempo vivido a cada instante, do hoje, do aqui e do agora.

Percebi isso quando entrei pela primeira vez em uma sala de aula. Quando vi que aquelas crianças de 4 anos me olhavam esperando algo. Esperavam que aparecesse alguém atrás da imagem do professor. Foi a primeira lição que aprendi delas. Ser professor é também deixar transbordar uma pessoalidade. Quando percebi isso, todos os dias, elas me olhavam esperando a mesma surpresa! Ser professor é mobilizar, é surpreender. É transformar o rotineiro, o já sabido em inédito. Assim fazem os contadores de histórias, assim aprenderam os nossos antepassados. Com histórias. Não é preciso mágica. O que os estudantes querem é ver que o professor é gente! Parece uma bobagem, mas é a pura verdade.

É preciso ter uma vontade de coexistir com os estudantes. De aprender ensinando. Coexistir significa deixar de ser o mestre explicador. Deixar de ser aquele que simplesmente passa a informação. O conhecimento está no mundo para ser atravessado e modificado. Degustado e transformado em um conceito habitado por individualidades. Atravessado pelos entendimentos e culturas dos múltiplos que o frequentam. Ser professor é reconhecer no outro uma potência geradora de conhecimento. É ver as possibilidades que cada um tem para encontrar caminhos que nos levem ao entendimento de como chegamos a ser o que somos.

Professor encanta. Encanta crianças e jovens com o seu apetite por conhecer, por saber, por desbravar. Professor deve contagiar. Deve sentir as coisas que fala. Deve ter paixão pelo mundo. Deve mostrar que sente. Deve sentir. As crianças sentem quando o professor se envolve, quando gosta, quando quer... e professor tem de querer, sentir, gostar! Podemos isso! Uma pessoa com desejos. Um desejo de compartilhar, ensinar, aprender. Não há nada mais desinteressante do que ter um professor que não demonstra interesse pelo que ensina, pelo que conversa. É uma afronta ao desejo de ensinar. Aprendemos mais e melhor quando sentimos que o outro quer também. Dependemos dos demais, precisamos dos outros para nos mobilizar, para nos desafiar. Professores são essas pessoas para as crianças, e elas são essas pessoas para os professores.

Bem, os desafios em sala de aula são diversos. Salas cheias, indisciplina, burocracias, exigências de chefes, falta de condições e precariedade de materiais... sabemos disso. E é por isso que a pergunta sobre a nossa escolha deve ser refeita. Ou nos entregamos a essas questões que, de fato atrapalham, ou mostramos às crianças que o que vale nessa vida são as relações que estabelecemos na diversidade, na inoperância e descaso político, nas burocracias rígidas que engessam o trabalho dos docentes.

Esse dia de professores e professoras deve ser mais um dia para reafirmarmos a nossa escolha por estarmos nesse barco. Deve ser um dia para refletirmos sobre como nos dispomos às crianças. Deve ser um dia para planejarmos os nossos estudos. Mais um dia para pensarmos sobre o sentido de estar com e para os outros!

Feliz Ser Professor para todos!

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Da série: o meu filho preciiisa disso XI (ou não?)


Quando o Joaquim e o Pedro entraram na escola, quase tatuei os nomes nos dois para que pudessem ser diferenciados durante o período escolar.

A expressão das professoras e dos funcionários da escola era sempre de dúvida sobre quem era quem. Já pensou se trocassem só a fralda do Joaquim? Ou se o Pedro tomasse lanche duas vezes?

A escola deles exige o uso do uniforme e, portanto, estavam sempre idênticos, assim a tatuagem parecia a melhor solução.

Insanidades à parte, comprei um tênis de cada cor e avisei:

- O tênis do Pedro é o verde e o do Joaquim, o azul.

Hoje em dia o tal do tênis nem serve mais e tanto faz, pois já aprenderam a diferenciá-los sem stress.

A iniciativa desses bodyzinhos é muito legal e bem cool, é só definir quem é o bebê A e o B. Mas, vem cá, o que é pior: tatuar gêmeos univitelinos ou chamá-los de A e B??

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Querida Cindy


Outro filme da minha época herdado pelas meus filhos é "Os Goonies". Quem não conhece, vale o Google.

A gente já sabia que tesouros e navio pirata faziam sucesso aqui em casa, só não esperávamos o gosto pela trilha sonora do filme também.

Assistir aos Goonies ouvindo "Good Enough" da Cindy Lauper é uma delícia de programa família. A criançada aprovou.

E, durante esse feriado, estava Manuzinha comigo no carro e começa a passar "Girls Just Wanna Have Fun", da mesma e maravilhosa Cindy Lauper. Obviamente, não mudei de rádio e fiz ainda pior: me empolguei com a música naquele nível em que a gente reza para não conhecer o fulano do carro ao lado. São Paulo tem essa vantagem, maior ainda no meio de um feriadão...

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Momento confissão vergonhosa: "Girls Just Wanna Have Fun" já foi toque do meu celular...

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Nisso, vira a especialista em música exibindo o seu repertório "oitentinha":

- Mamãe, olha só, é a música dos "Goonies"!

Ok, ela errou (na trave, vai...), mas perceberam a noção de reconhecimento de estilo musical que essa menina tem???

E já sabe o que é Cindy Lauper!!!

Orgulho da mamãe!!

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Semana das Bruxas


A vida das crianças é marcada pelas diversas fases que passam. Já sabemos disso. Tem aquelas fofas, das primeiras risadinhas, gargalhadas, gracinhas e palavrinhas, que adoramos contar, recontar e exibir. Um pouco a função desse blog, admito...

Mas elas vivem aquelas fases terríveis, de cansaço e esgotamento total para os pais, principalmente. E, quanto a essas, podemos nos queixar, reclamar, nos arrastar pelos looongos dias e buscar soluções. Outro função desse blog, novamente admitindo...

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E a Semana da Criança foi substituída pela das Bruxas. Eu nem sabia que isso existia, mas existe sim.

O exagero não é à toa quando falo sobre 3 criancinhas “embruxadas” e agregadoras de fases. Pra mim, chega até parecer fácil uma criança que não quer dormir à noite. Mas imaginem 3 que não querem dormir, comer, acordam cedo, berram por conta dos pesadelos e parecem estar com aftas nas boquinhas.

Tudojuntoemisturadoaomesmotempoagora, entenderam?

Nem vou entrar em detalhes para vocês não ficarem cansados e abandonarem o post. Mas a minha cabeça, devagar que só essa semana, já se fundiu tentando achar a explicação para todas essas questões que se parecem interligadas.

O resultado é a tal da malvada: a culpa. Minha, claro.

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Aproveitei essa época de abacaxis extra doces e entupi os meus filhos com essa fruta tão docinha e ácida. Afta. Que atrapalha a alimentação e dói à noite. Muito, aliás.

Também achei que o “Nemo” era um filme lindo, fofo e inocente. Mas eles estão achando o Bruce um tubarão muito malvado e assustador. Pesadelos. Berreiros durante a noite. Muitos.

Agora, multipliquem o problema por três. Visualizem essa mãe aqui, então. Que estava tentando engrenar uma dietinha, mas ataca doces por culpa. Eu sei que faria mais sentido me penalizar enchendo a cara de abacaxi e a boca de aftas, mas quem entende os caminhos tortos de uma mente culpada?

E daí que autorizei o “bed sharing” essa semana toda, cada dia era um que vinha ocupar o “meinho”. Fofos que são, até respeitaram aquele papo de “cada dia é um” e não teve congestionamento de filhos entre maridinho e eu. Cada um nos chutou, socou, empurrou e nos espremeu em um pedacinho da cama no seu próprio dia.

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Estamos dois cacos ambulantes. Mas a culpa é minha mesmo, já sei, já sei...

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Encontro de Blogueiros


Aconteceu ontem, na editora Globo, um encontro de blogueiros organizado pela Revista Crescer. Fiquei fe-liz da vida por ter participado, reencontrado outra blogueira querida já amiga e ter adicionado "carinhas" aos bloguinhos lidos diariamente.

Tudo muito, muito legal mesmo!

Discutimos uma série de assuntos referentes aos blogs, especialmente os de mães, mas saibam que tinham pais blogueiros por lá também.

A conversa toda poderia ter durado um dia inteiro, quer dizer, mais do que isso, tenho certeza, e renderia até um novo blog. Desde a questão da exposição dos filhos e da família através de fotos postadas nos blogs, o vício pela internet em geral, a adesão ou não a outras redes sociais (e os filhos? Podem aderir?), o que os maridos acham dos blogs (parece que todos sentem ciúmes, acreditam??) e vários outros.

Enfim, um papo muito interessante a base de cafezinhos, sanduichinhos e saladinha de frutas. Obrigada, Revista Crescer, pelo convite, a oportunidade e a receptividade de todas vocês!

Para saber detalhes e quem mais estava lá, é só clicar aqui.

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Poucas palavras e muito conteúdo!!



Na verdade, a gente só queria aproveitar a sexta-feira para desejar um bom fim de semana, um super feriado e um Dia das Crianças excelente para todos.

Vamos encher essas criancinhas lindas e amadas de beijinhos...



receber milhares de sorrisos...



e babar nesse charme todo!!



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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Baby, baby, baby, ohhhh...


Resgatei para as crianças “Os Incríveis”, aquele filme da família de super-heróis. Era meu mesmo, tá?! Sem vergonha nenhuma, mas tive uma fase de comprar esses desenhos e acabaram ficando de herança para eles.

Eles estão adorando e acham um barato a Mulher Elástica. Ela estica os braços e separa os filhos que estão brigando, por exemplo. Cena bem comum nessa família, a briga, tá? Porque eu ainda não tenho braços elásticos, bem que gostaria e peço por um parzinho todas as noites para o Papai do Céu. (Espero que esse ano o papai Noel receba a minha cartinha e atenda ao meu pedido).

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Mas, daí, tava eu lá morrendo de rir com os meus referrals do Sitemeter e a Manu me chamando sem parar, para pegar alguma coisa em uma estante alta. Geralmente, ela sobe em tudo e pega sozinha, mas as últimas broncas serviram para ensiná-la a não escalar os móveis, é só pedir que alguém pega.

Só que o Sitemeter estava muito engraçado e ela lá pedindo há algum tempo. Eis que ela me dá um ultimato:

- Mamãe, pega logo o meu livro, que eu não sou a Mulher Elástica!

E eu não sabia o que era mais engraçado, o Sitemeter ou a fala da Manu.

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Ah, querem saber a graça?

Tadinha da menina pré-adolescente, gente. Jogou lá no Google: “quero ir numa matinê mas só tenho 11 anos”. Caiu aqui.

Como decepção pouca é bobagem, voltou no Santo Google e perguntou: “como se comportar em matinê?”. Voltou no mesmo post.

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Coincidentemente, passamos em frente a uma matinê nesse último fim de semana. Eram quase 5 da tarde e estava a maior fila na porta.

Fiquei horrorizada! Rola a maior economia nos tecidos para a confecção das saias e shortinhos das meninas e um desperdício absurdo nos laquês da vida para o cabelo dos Justin Bieber´s que vimos por lá.

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Filho meu, não. Vou bloquear o Google, para nem dar idéia, ou configurá-lo para direcionar as crianças sempre para sites do tipo Discovery Kids, Disney e etcs.

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Isabel


Vocês se lembram dessa história?? O post é do dia 28 de maio de 2010 e a continuação vem só agora, quase 5 meses depois, final feliz e engraçado.

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Isabel nasceu, obviamente, e já tem 4 meses. Falo com propriedade de causa: ela é tão linda, mas tão linda e tão boazinha, do tipo de bebê que me traz a aquelas vontades de partir para o quarto filho, sabe? E a Carol, a mãe, está mais bonita e mais magra, páreo duro para aquela moça Bündchen, que faz a gente pensar que o parto traz de volta aquele “corpitcho” enxutinho e firme e ainda acrescenta o brilho, a alegria e a beleza que a maternidade nos proporciona. (Eu não me iludo, tá? Isso é para poucas, pouquíssimas...)

Mas depois da aventura toda, a Carol foi liberada para casa, repouso de uma semana, com muuuuito remédio para segurar a mocinha lá no quentinho por mais algum tempo, afinal eram 35 semanas e 4 centímetros de dilatação.

Passado o repouso, vida normal, trabalho e tal. Mais uma consulta de rotina, agora com 37 semanas. A médica sentiu a cabecinha da Isabel!! A mocinha virou! (Carol, imagina só do que essa menina vai ser capaz na vida?? Quem consegue virar com 37 semanas, pode tudo!!).

Mais alguns dias, algumas consultas e nada de novo. Com 38 semanas e 5 dias, a médica resolveu “dar uma ajudinha”, descolando alguma coisa, ou tirou o tampão, sei lá. A Carol saiu da consulta com uma coliquinha, mas nada que a impedisse de ir almoçar com vááááários amigos no shopping.

Durante o almoço, entre uma batatinha e outra, uma contração. Mas, nada para se preocupar. Quase 39 semanas, contrações de 6 em 6 minutos, mas e daí? Nada de dor, ou seja, nada de trabalho de parto. Ela estava até achando graça (mãe de segunda viagem é uma beleza!!), mas não quis incomodar a médica, tinha motivo??? Vejam bem: QUASE 39 SEMANAS E CONTRAÇÕES DE 6 EM 6 MINUTOS! Foram as amigas que a obrigaram ligar para a doutora (obrigada, meninas, pelo bom senso!) que mandou-lhe parar com as batatinhas e voar para o Einstein.

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(Tenho informações de fontes seguras de que, nessa hora, ela telefonou para o marido e ele ficou todo preocupado pelo fato de... estar sem carro!! Então, pediu para a Carol ir buscá-lo. Ela foi. Acreditem: dirigindo. Afinal, pegar um táxi nessa situação do nascimento da segunda filha representaria uma despesa com a qual eles não estavam contando. Orçamento e plnejamento são princípios básicos para a manutenção da família. Desde sempre, até durante o trabalho de parto).

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No fim, não sei como, mas chegaram à maternidade às 5 da tarde com 7 centímetros de dilatação. Nas próprias palavras da Carol: “sei que só deu tempo de trocar de roupa, colocar umas paradas na barriga para monitorar as contrações, dar uns pulinhos numa bola de pilates, a bolsa estourar, quase morrer de dor, anestesia, empurrar, empurrar, empurrar e às 18:24h a minha linda Isabel nasceu! Momento incrível que só quem passou por isso entende (independente do parto normal ou cesária, é especial demais da conta).”

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Adoro essas boas histórias de parto, ainda mais quando são tranqüilos e até engraçados.

Obrigada, Carol, por compartilhar tudo e por colocar no mundo uma nora em potencial!!

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Festa da Democracia


Eu não consegui votar nas últimas eleições. Tinha 2 menininhos coliquentos com apenas 2 meses que provavelmente não me deixaram nem tirar o pijama naquele domingo.
A confusão, o sono, o cansaço e os hormônios eram tanto que também nem me lembro quais eram os candidatos ou o cargo em questão.

Esse ano foi diferente, quer dizer, mais ou menos. Votei. Tudo direitinho, mas o processo em si foi tumultuado.

Primeiro, foi a vez do maridinho votar. Uma chuvinha fina e falta de vagas nos obrigaram a ficar no carro esperando.

Enquanto isso (meia horinha básica) a conversa era mais ou menos assim:

- Onde o Papai foi?

E eu, só para provocar, respondi:

- Na festa da democracia!

Eles não gostaram da resposta, não entenderam, ainda mais porque o pai havia ido sozinho à festa. Judiação! Então, resolvi explicar melhor:

- O Papai foi votar.

E eles:

- O que é votar?

Respondi que na votação a gente apertava um monte de botõezinhos para escolher os “chefes do Brasil”. (Expliquei bem?? A resposta para essa pergunta, quando vinda de uma criança, é tão difícil...). Falando em chefe do Brasil, os meninos já saíram gritando: “O Kaká! O Kaká!”. Voltei à explicação de que a tal da festa da democracia era diferente da festa da Copa do Mundo.

Mas, enfim, comecei a falar dos candidatos, dizendo quem é lindo ou feio, bonzinho ou malvado, quem come gente e prende criancinha. Nada didático ou politicamente correto, eu sei, mas dá para explicar a diferença entre o candidato de direita, o de esquerda e o de cima do muro parra crianças nessa idade?? Mais complicado ainda...

Eu sei que eles conversaram, perguntaram e entenderam tanto e tão bem que resolveram que mandariam um “bolo de brigadeiro e morangos” para o candidato “lindo e bonzinho” e um “bolo de pum bem fedido” (em blog de mãe a gente pode falar de pum à vontade, lembram?) para a candidata “feia, malvada, que come gente e prende criancinha”. (Não citei nomes, ok?!).

E, na minha participação da festa (balada sem fila na porta, ótimo!), levei o Pepê para apertar os botõezinhos comigo. Cola em mãos, fui direcionando os dedinhos dele, que ficou feliz da vida por apertar o botão verde tantas vezes.

*****

Quem disse que precisa ter 16 anos para votar??

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Shrek e seus condicionamentos


Essa história de condicionamento é realmente bem interessante.

Na minha vida é tudo bem condicionadinho, ainda mais pelo fato de ser fumante. O cigarro acaba sendo mais difícil de ser largado por conta dos condicionamentos todos. Por exemplo: um café = um cigarro. Um post = um cigarro. Um filminho = um cigarro. E por aí vai.

Mas tem muitos outros, beeeem mais saudáveis, tipo escovar os dentes antes de dormir, tem gente que precisa ler ou ver TV para pegar no sono, tudo isso condicionado ao longo da vida.

*****

É por isso que eu sempre insisti muito na rotina para os meus filhos, ela não deixa de ser um condicionamento. A mãe dá um banho gostoso e relaxante no bebê, daí amamenta ou dá a mamadeira e depois o coloca para dormir todos os dias, no mesmo horário está estabelecendo uma rotina para ele. Coisa muito boa.

Os bebês crescem, mas continuam precisando de rotina, de acordo com as necessidades da idade em questão. Eles já sabem diferenciar o dia da noite, não trocam mais um pelo outro (ufa!), só que continuam sendo importantes determinadas ações dos pais, ou da pessoa responsável pelos cuidados da criança, para que haja uma "ordem" na vida dessa criança, nada mais, nada menos do que a rotina.

*****

Aqui em casa funciona direitinho, eles foram "treinados" e condicionados muito bem. Não requer prática e nem especialidade alguma, só boa vontade, disposição e intenção em ter a vida da família bem organizada e sem surpresas. Horário para comer, tomar banho, dormir.

Os meus filhos chegam da escola, tomam banho e põem a casa abaixo brincando. Daí, jantam e já sabem que é hora de ir acalmando. Ficam de pijaminhas, dentes escovados, chupetas e naninhas assistindo a um filme antes da hora de dormir. Funciona super, podem perguntar para eles mesmos.

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Mas tem horas em que o condicionamento denuncia... e foi disso que eu dei muita risada ontem à noite.

Os três amam de paixão o "Shrek", assistem direto e até cantam as músicas dos filmes em inglês (essa é uma risada à parte...).

Então, eu tive a brilhante idéia de resgatar o cd (meio antigo) da trilha sonora do "Shrek 2" e colocar para eles ouvirem e curtirem só as músicas.

Os bonitinhos ficaram perdidos, tadinhos! Ouviram e reconheceram a música, mas ficaram desesperados procurando o filme, não entendiam como poderia existir a música sem aquelas imagens todas dos queridos Shrek e Fiona.

Gente, não rolou. Não curtiram, não gostaram.

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E é aí que eu volto ao que eu falei lá no começo do post: música e imagem (nesse caso e para eles) só existem juntos, por condicionamento.

Os meus filhos estranharam a música por si só, procuraram o filme, não encontraram, se decepcionaram e reclamaram. Da mesma forma que o bebezinho recém-nascido reclama quando mudam seus horários de mamadas e dormidas. Até eu fico louca da vida de sair para jantar, pedir um café e não poder mais fumar aquele cigarro deliciosamente condicionado.

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Viram só a importância?? Portanto, não tentem mexer com os "condicionamentos alheios"!

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reunião de Professores


Manuzinha vem se queixando de um amiguinho da escola há algum tempo. Ele faz aquelas coisas terríveis, típicas das crianças de 3 anos: fica chamando a Manu de feia e diz que não vai mais ser amigo dela, sabe? Um pesadelo!

Entrei com aquela estratégia educativa, coisa de mãe que acredita nos próprios filhos como o futuro da nação e os educa pensando nisso.

Mas o politicamente correto, na maioria das vezes, é uma ladainha chata e pouco efetiva. Ela não se satisfez ouvindo de mim que é linda, que eu acho isso, o Papai, as avós, os avôs, os irmãos, o planeta todo. Não resolveu! Ou, dizer para o fulano que ela estava triste, pois gostava muito dele e queria ser amiguinha dele. Nada,
nadica de nada. As reclamações continuavam diariamente.

*****

Ontem de manhã, ela acordou já dando ordens em todo mundo:

- Senta na roda! Eu sou a professora, vocês são as crianças. Silêncio! Hora da história.

O Joaquim e o Pedro fizeram cara de recreio, mal sentaram, já levantaram e foram brincar. Eu fiquei lá, mas propus de mudar um pouco a brincadeira. Assim:

- Manu, hoje nós duas somos professoras e a gente vai brincar de “reunião de professores”.

Expliquei um pouquinho como funcionava uma reunião, ela se interessou e comecei a brincar.

- Professora Manu, eu estou com uma dificuldade! Tenho um aluno que chama os amigos de “feio e feia”, diz que não quer ser mais amigo deles... Você tem alguma sugestão?

Necessito de um parênteses. (A carinha dela, nessa hora, era de alegria pura! Jabuticabinhas brilhando mais do que nunca e um sorriso de quem diz: “Obrigada, Mamãe, por entrar no meu mundinho e falar a minha língua!”. Vejam só, isso é um exercício de fantasia infantil, esse é o canal mais utilizado pelas crianças, eles não são literais, são muito imaginativos e fantasiosos. Entrar nesse mundo e falar essa língua é fácil, nem precisa de visto, é só querer, ter disposição e voar! Meio Peter Pan, sabe?).

Então, a sugestão da Professora Manuela foi a seguinte:

- A gente pega ele e joga na frigideira com manteiga quente (!), depois põe ele no lixo (!!) e na privada suja, dá descarga e ele vai morar no esgoto com ratos e baratas (ui! Ui! Ui, Manu!!!).

*****

Não é que eu incentive esse tipo de comportamento, pelamordedeus, mas o efeito foi incrível!

Sabe quando a gente tá com raiva do chefe e imagina que ele foi atropelado, morreu e assumimos a presidência da empresa com o melhor salário do mundo?? A gente tem esses pensamentos, mas nem admitimos direito, dá uma vergonhinha pela maldade que somos capazes de gerar na própria cabeça. Aconteceu a mesma coisa com a Manu, numa brincadeira de imaginação e fantasia, assim, meio catártico e libertador.

*****

Psicologizei total, até sem querer. E o fato é que nem ouvi mais o nome do menino aqui em casa...

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