Um dos sites que eu acesso com bastante freqüência “pendurou” um banner superior relativamente grande fazendo a seguinte pergunta: “você pegou o nome do seu marido depois que se casou?”.
Já tive essa discussão com algumas amigas, cada uma pensava de maneira diferente, foi uma conversa bem produtiva, de pontos de vista quase que opostos. Daí, fico vendo o banner com a pergunta que não quer calar, penso e reflito cada vez que o leio e resolvi escrever esse post.
Se quiserem, podem me perguntar: “você pegou o nome do seu marido depois que casou?”. A minha resposta é sim! Sim! Sim! Aliás, não consigo pensar em outra maneira de ser depois de casada, senão com o nome do meu marido. Além disso, chego a fazer campanha para as noivinhas pegarem os nomes dos maridos (até já consegui que algumas pegassem!).
Mas, vamos lá: quais os motivos de se querer pegar o nome do marido e até fazer campanha para isso? (Vou incluir aqui alguns argumentos que foram apresentados naquela discussão com as amigas.)
Do meu ponto de vista, a gente é uma pessoa até se casar. A gente é filho de um pai e de uma mãe, inserido em uma determinada família, tem uma história de vida pessoal, carrega o nome daqueles que nos botaram no mundo, “faz” um nome, até que... se casa!
Bom, você não deixou de ser aquela pessoa descrita no parágrafo a cima, mas você passou por uma das maiores transformações que uma pessoa pode passar e isso se chama casamento. Daí, meu amor, é outra história e outra família que está começando. Ok, vocês ainda são apenas dois, um casal, pode faltar comida na geladeira, ter só catchup e cerveja, por exemplo, mas é sim o início de uma família, queira você ter filhos ou não. Vocês têm a própria casa, as próprias contas, dividem uma cama, um banheiro, os sonhos, portanto esse embrião de família precisa ter um nome, minha fortíssima e pessoal opinião, que fique claro.
Talvez você já fosse “alguém” do ponto de vista profissional antes de casar, você tinha um nome (o de solteira) e era conhecida por ele, portanto não quer mudar, que trabalheira, hein?! Ok, não precisa mudar o nome pelo qual você é conhecida, pode continuar usando o de solteira, mas pode também acrescentar o nome do marido, por que não? Ou, já ouvi também, por que pegar o nome do marido? Se você se separar vai dar a maior trabalheira para voltar tudo... Isso existe? É claro que existe, mas eu casei para viver feliz para sempre, então a trabalheira é única: na hora de atualizar todos os documentos com o atual nome de casada. Aliás, digo que nem me lembro mais da burocracia, tenho é o maior orgulho de exibir o nome do meu marido nos meus documentos. Ah, esqueci de outro caso: gente que casa, pega o nome do marido, separa e mantém o nome do marido por questões profissionais. Até aí, sem problemas, contanto que seja de acordo dos dois e, eventualmente dos novos envolvidos nos existentes recasamentos, é claro.
Eu cumpri exatamente o protocolo paternalista: mantive o sobrenome do meu pai e acrescentei o sobrenome da família paterna do meu marido. Corretíssimo, do ponto de vista machista, podem atirar pedras, fiquem à vontade.
Tenho orgulho de termos o mesmo nome no plano de saúde, na conta bancária, nas passagens de avião, nas reservas dos hotéis, isso tudo me mostra que somos uma família. Podem continuar achando tudo uma besteira, afinal é só (?) um nome, mas me faz sentir como uma unidade, é o nosso núcleo familiar.
A minha mãe, por exemplo, casou com o meu pai e pegou o nome dele. Tiveram duas filhas, cada uma com o sobrenome do pai e da mãe. Unidade familiar perfeita. Daí, eles se separaram. A minha mãe foi lá e tirou o nome do meu pai. Acho justo. Eu me casei, fiquei com o nome do meu pai e o do meu marido. Então, se você pegar o nome da minha mãe hoje ele não tem nada a ver com o meu. São necessários alguns documentos para provar que ela é a minha mãe. Coisa chata uma pessoa ficar precisando de documento para provar que é mãe dos filhos, não acham? Mas, nesse caso, qual seria o mais correto? Ela, mesmo divorciada, andando por aí com o nome de casada, ou eu, casada, andando por aí com o nome de solteira?
É aí em que entram os filhos. Se antes éramos um casal, apenas duas pessoas, embrionárias de uma família, no meu caso, vieram três filhos e temos todos o mesmo nome. Ninguém nunca perguntou se eu era mãe deles ao olhar o meu RG e a certidão de nascimento deles, é óbvio, me dá orgulho de ter uma família unida e estabelecida inclusive em aspectos considerados burocráticos, não me importo.
É claro que eu sou outra pessoa depois de casada e com filhos, ainda bem que é assim! Tem que ser assim. A pessoa que eu era antes não morreu, ela se transformou, cresceu, amadureceu, ganhou status e condição de “matriarca” e carrega um nome para isso.
Mas, e vocês, pegaram o nome dos maridos depois de casar?
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