domingo, 23 de maio de 2010

Mamãe Tá RE-VOL-TA-DA


Gente, vou deixar aqui registrada minha “pequena” revolta do fim de semana. Não, foi tudo ótimo, delicioso, sem problemas, mas aconteceu uma coisa. E não é a primeira vez.

Sábado, muito frio e chuvinha fina em São Paulo, fizemos um programa típico: shopping. No fim, a gente sempre tem coisinhas para resolver no fim de semana, acaba recorrendo ao shopping mesmo, almoça por lá, as crianças aproveitam, enfim, bem gostoso devida a situação dessa cidade com chuva.

O meu maridinho precisava cortar o cabelo, depois das crianças, era a vez dele. E, enquanto estava cortando, fiquei com os três no Piks. Já falei sobre esse espaço aqui (continuo recomendando)e nada mais é que um lugar cheio de brinquedos, oficinas mil (desenho, pintura, massinha, decoração de bolos e biscoitos), cabeleireiro, vídeo game, autorama, tudo o que criança gosta. Ah! Esqueci da lojinha. Obrigatório, para pais e filhos se enlouquecerem na saída.

Mas, tá, cheguei lá com os três e ficamos por apenas meia horinha. Mas o que mais me chama a atenção, todas as vezes em que vou a um lugar desses, não são os infinitos brinquedos, mas a “nuvem branca” (termo utilizado pela minha sogra para aquele muuuundo de babás, resolvi adotá-lo, ok?).

Não estou aqui para julgar nenhum pai ou mãe que deixa o filho brincando no sábado com a babá, cada um tem as suas necessidades, mas “sofri” um preconceito ao contrário, se é que isso existe e caracteriza a situação. E, vejam bem, não é a primeira vez.

Sentei em uma mesinha, a Manu e o Pedro estavam desenhando, e eu olhava o Joaquim andar num carrinho perto de mim. Chega uma babá, com a criança e sentam para desenhar. Ela me vê com os dois e exclama com ar de horror:

- Você cuida dos dois sozinha???
Respondo, séria, firme e antipática:

- Não, eles são meus filhos e tem mais um ali.

Ela não se toca e continua:

- Como é que você dá conta?

Continuo séria, firme, antipática e agora querendo terminar a conversa:

- Eu me viro bem.

Vocês se revoltaram também? Nem um pouquinho, que seja??? Quer dizer, uma mãe (que sempre toma o cuidado de não sair vestindo branco em situações em que sabe da presença da “nuvem branca”, para evitar a “confusão”...) não pode sentar e brincar com os seus filhos em um sábado de manhã sem ser tida como uma babá???

Na primeira vez, estávamos em uma festinha. Montes de brinquedos. Sentei com o Joaquim e o Pedro para que eles fossem se familiarizando àquela situação, de um espaço diferente, com pessoas e crianças estranhas. Cuidado meu, como sempre.
A “nuvem branca” presente, of course. Eis que, a fulana solta a mesma pérola:

- Você cuida deles sozinha?

Solto um “ahã” meio tô-nem-aí-para-você-e-não-quero-papo-MESMO e começo a falar para as crianças:

- Filho, vem cá com a mamãe, vem ver isso aqui!

Respondida a sua pergunta, criatura de branco???

Na pracinha aqui do lado, durante a semana chega a ser chato. Explico: as crianças estão sempre com as babás, daí chego eu, a “diferentona”. Mas, quando vejo, estão todas as crianças brincando juntas e eu cercada de babás. Raramente me dirigem a palavra, mas não têm o cuidado em disfarçar ou mudar de assunto. Estão sempre reclamando das “patroas”, das folgas, das crianças que não dormem, que dão trabalho para comer e por aí vai.... longe, garanto!

Então, quer dizer, o que está acontecendo??? Quem cuida, brinca e passeia é a babá?? Seja durante a semana ou sábado e domingo? Vista branco, rosa, preto ou azul? O meu radar disparou e a minha sirene já tá gritando....

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17 comentários:

Bia disse...

Miloca, imagino sua revolta. Ainda não sou mãe mas já consigo me diverir pensando no tipo de resposta que eu daria nessas situações... Quando eu tiver os meus a gente sai de branco com a criançada e grava tudo. Vai sar um curta fantástico. Bjão!!

ANA ELISA disse...


Adorei sua história , e acho que você está COBERTA de razão, pois quem deve ficar com os filhos são as mães mesmo, para dar segurança, tranquilidade e, acima de tudo MARCAR PRESENÇA na vida dos filhos. Jogar os filhos nas mãos de babá é muito fácil, e certamente, muito mais cômodo. Já as babás estão "tomando" o lugar das mães, sem saber diferenciar quem faz parte da nuvem branca, e quem faz parte da real vida dos filhos. Que inversão, não?
Faz muito bem você, querida, que "se vira bem"...rsrsrs....com seus filhotes. É aí que a gente ganha valor tanto para a gente, quanto para os filhotes! Eles saberão no futuro o que você tem feito para eles. Sua presença não tem preço, enquanto a presença das participantes do clube da nuvem branca, tem!!!!....hehehehe
Beijo grande!!!!!

Giovana disse...

Também me revolta saber que as crianças, tadinhas, tem que se contentar em ficar com as babás, de segunda a segunda.
Triste realidade. E pobres mães que não sabem que estão perdendo a oportunidade de participar de uma fase tão importante da vida dos seus filhos, a primeira infância!

Beijokas,

Gi & Lucca

Unknown disse...

Eu particularmente abomino babas. Mas cada um com o seu ne, so acho um poquinho demais ir no parque com o filho no fim de semana e levar a baba de branco do lado. Dai acho exagero.

Unknown disse...

Ja ia esquecer algumas vezes no shopping perto do parque me da a impressao que sou a unica mae com a filha no carrinho. Na verdade acho que sou a unica mesmo.

Grazi, mãe do Principe disse...

Visto a camisa Ca, apesar de toda a minha correria, sempre tenho tempo pra meu filho e ja passei por ciosa semelhante , viu, acho que esta na hora dos pais acordarem porque daqui a pouco as babas serao as maes dessas crianças ...

Paloma Varón disse...

Isso sempre me irritou também. Eu particularmente acho babá de fim de semana um exagero total. Tudo bem se a mãe trabalha o dia inteiro e não tem tempo de ficar em casa ou sair com a criança durante a semana, mas se não arranja tempo nem no fim de semana, como é que esta criança fica, meu deus? Para que ter filhos se não pode abrir mão de nada para ficar com a criança? Não entendo até hoje, juro!
Beijos

Di disse...

Sabe que eu me aco a estranha por achar que se decidi ter filhos é por que estava não apenas disposta mas ansiosa por faser essas coisas que muita mãe desgasta, tipo, deixar de sair a noite por que filho dorme cedo, ou desmarcar alguma coisa minha por que ta doente, trocar fralda suja de coco explosivo, dar comida, segurar na mão quando esta aprendendo a andar, fazer as papinhas... Nem minha mãe e irmã entendem... Devo ser uma ET da vida moderna por querer criar meus filhos ^^

Carol Garcia disse...

ótima história camilitcha!!!
não sou contra babás, mas não as tenho. acho desnecessário.
temos a cris que é uma querida e requisitada só nas emergências.
no todo dia mesmo sou eu, de branco, preto ou prateado, ou rosa, ou azul, que crio e educo meu filhote.
bjocas
carol
viajandonamaternidade.blogspot.com

Roberta Lippi disse...

Sabe o que eu entendi pelo que você falou? Não acho que ela tenha pensado que você era babá, mas sim ficou indignada pelo fato de você NÃO ter uma e sair com os filhos sozinha.
Mas concordo com você. Este ano fomos a um resort na Bahia e ficamos até com pena de uma garotinha. Nós não levamos a babá na viagem (aliás, eu sempre evito isso. Quando muito, levo minha mãe pra gente ter um descansinho). Mas tinha uma garotinha que a gente encontrava toda hora no clubinho e nós nunca vimos os pais dela. Ela passou a semana toda com a babá enquanto os pais descansavam no spa ou na praia. Gente, o que eu mais quero quando viajo num lugar desses é curtir a minha filha!! Também não entendo essa neura exagerada. Eu tenho babá, sim, mas ela definitivamente não é a mãe da minha filha.
bjs

Camila disse...

Pois é, eu tbem não sou contra babá, tenho uma maravilhosa, acho que às vezes elas são um "mal necessário", mas podemos encontrar pessoas mto legais, carinhosas e que contribuem bastante para a vidinha dos nossos filhos. É bom ter um outro referencial de cuidado, brincadeira e afeto. No entanto, o limite entre o que é responsabilidade de pai, mãe e babá é que está perdido. Hoje em dia todo mundo trabalha e precisa de ajuda, seja avó, babá, vizinha, etc. E, independente de quem fica com os nossos filhos quando estamos ausentes, temos que nos fazer presentes nos momentos livres e de lazer. Não só por "obrigação" de pai e mãe, mas por prazer, responsabilidade e alegria. E, mais ainda, cortar as asinhas das babás mais saidinhas, pq elas acham que têm o rei na barriga e se acham mais importantes do que os pais. Tô fora!!!
Obrigada pelos comentários e opiniões!
Bjos,
Camila

Marcia disse...

Olá Camila, tudo bem? Andando de blog-em-blog cai aqui e é impossível não comentar/acrescentar: minha cara, na última reunião escolar do meu grandão, tinha uma babá prá pegar as notas/reclamações de um garotinho... fora a "nuvem branca" todos os dias na entrada e saída. Eu acho muito triste. Que valores são passados para essas crianças?
Abraços,
Marcia

Ana disse...

nossa..concordo c vc... as pessoas vivem me perguntando se quando eu viajo eu levo uma babá junto!! primeiro que ele deixou de ter babá com menos de 2 anos, e era mais uma cozinheira do que babá,rrs... mas nada contra quem tem uma pessoa para ajudar..mas dai a fazer delas a unica pessoa que acompanha o filho em tudo, é demais!!! nos momentos de lazer, de trabalaho, de educação, de tudo??e quem acompanha o crescimento dessas crianças, meu Deus??? a babá?? então ele é educado por ela, certo? pobres dessas crianças que não tem a oportunidade de dividir as brincadeiras com as propias mães...e pobre dessas mães que nem percebem o que estão fazendo...:/
bjs,boa semana!

Pri Colnaghi disse...

Camila,
Achei seu blog hoje, e não quero deixar de comentar o seu post. Eu trabalho o dia todo e tenho uma pequena de 2 anos, da qual cuido feliz da vida sem babá. Conto com a imensurável ajuda da minha mãe e da minha empregada que me ajuda com ela na correria de todas as manhãs antes de sair para o trabalho.
Não tenho nada contra as babás. Muito pelo contrário. Acho que elas são uma boa saída quando não se tem a avó por perto, ou alguma outra ajuda. Mas o que vemos hoje são pais que simplesmente largam as crianças nas mãos das babás e continuam a tocar a mesma vida que tinham antes de ter filhos, como se nada tivesse mudado. Já cheguei ao cúmulo de ver em restaurantes (váárias vezes), os pais sentados em uma mesa com os amigos, enquanto a babá fica em outra mesa, num cantinho, sentada com a criança. Pode??
Na minha opinião, esse desamor dos pais com os filhos (sim, porque largar com a babá desta forma, não é demonstração de amor), essa coisa de ter filhos somente para mostrar para os outros que os têm, é o que acaba por resultar em jovens e adultos cada vez mais despreparados emocionalmente no futuro. Já fiquei sabendo de adolecentes que aprontavam horrores na escola somente porque se fossem suspensos a direção chamaria os pais, e assim ele se sentiria mais próximo a eles, pois ambos estavam sempre fora ou viajando e ele e os irmãos ficavam direto só com a babá. Sério!! Uma amiga, coordenadora da escola me contou isso com os olhos marejados, diaendo que o garoto falou isso para eles chorando.
Então, entendo e compartilho a sua revolta! :o)

Priscila

Mamma Mini disse...

É Camila, isso é absolutamente over, eu tenho babá durante a semana, mas definitivamente quem educa e fica com meu filho sou eu. Faço questão de ter meus momentos com ele, e não arrasto a babá pra restaurante, viagens e festinhas nem por decreto... são as chances que temos de curtir juntos... também acho super absurdo aquele momento babá em todos os lugares, tenho pena das crianças, que os pais não dão a mínima e só transferem a responsa... assim fica fácil, dá pra ter até 7 filhos....bjs

Anônimo disse...

eu acho q o pior de tudo, ca...eh elas perguntarem " vc cuida deles sozinha?"
mas vem ca....elas qdo as maes trabalham, cuidam acompanhadas?
ai q medo nao????
beijos
Mi

Fernanda Klee disse...

Já me aconteceu exatamente o mesmo...Estava na pracinha do meu condomínio com o meu Pedro, quando era pequeno, quando uma babá que estava com duas crianças me perguntou se eu cuidava somente dele. Eu virei com a maior naturalidade do mundo e respondi que cuidava sim e inclusive, amamentava desde o nascimento...rsrsrsrsrs...Ela me olhou fixamente, com cara de quem não tinha entendido nada. Eu continuei brincando com o Pedro e rindo por dentro...rs. Já me acostumei a ser uma das poucas mães presentes numa pracinha.

 
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