Ex-monitora de festa infantil?

Eu tinha quase 19 anos quando a minha mãe veio com a brilhante idéia de que eu fosse “animadora” no aniversário de 9 anos da minha irmã mais nova, ou a versão atual de uma “monitora de festa infantil”.

Juro que curti a sugestão, sempre gostei de festa e de crianças. Aliás, a experiência de ter tido uma irmã 10 anos mais nova me proporcionou contato, interesse e vínculo com crianças em geral.

Planejei algumas brincadeiras para o aniversário da minha irmãzinha que seriam consideradas “vintage”, dentre elas as corridas do saco e da colher. Na hora de organizar o material necessário, pensei em todos os detalhes, botei em prática a minha esperteza superior a das criancinhas (fiquem à vontade para rir da minha cara. Agora e no fim do post). Portanto, separei ovos cozidos para a corrida, atitude de uma inteligência rara.

A festa foi num sábado à tarde de sol e assim que a minha carreira de monitora iniciou, os pequenos vândalos imensamente inteligentes e espertos avançaram na minha cesta de materiais, encontraram os ovos e começaram uma guerra. Não houve tempo ou atenção para as minhas instruções, para a minha gincana tão bem planejada, só para jogar ovos. Os meus apelos foram em vão, os moleques eram incontroláveis e a carreira de monitora durou no máximo 3 minutos.

Entreguei a carta de demissão para a minha própria mãe e fui tomar cerveja com uma amiga. Lembram? Era uma tarde de sol e eu fiquei extremamente estressada com os ovos voadores. Portanto, a cerveja era uma saída justa e eu jurei que nunca mais me aventuraria nesse cruel mundo infantil.

A ironia é que eu tive três filhos vândalos incontroláveis, que, metaforicamente falando, fazem guerras de ovos cozidos todos os dias. A cerveja não tem sido uma opção viável, acabo ficando com a limpeza e, quem diria, voltei a atuar como monitora infantil.

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E tem gente que acredita que o mundo dá muitas voltas...

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Isn´t it ironic? Don´t you think?

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