O não-desfralde

Numa noite dessas, tive uma super insônia. As crianças dormiam lindamente, eu comecei a pensar nos meus filhotes e a me preocupar com um assunto específico, daí perdi o sono.

A preocupação é o desfralde dos meninos. Ou melhor, o não-desfralde. Até hoje compro pacotes e mais pacotes de fralda, não há nem uma cuequinha do Buzz, Woody ou McQueen pendurada no varal.

Fazendo uma retrospectiva, tentei desfraldá-los no começo do ano, verãozão na fazenda. Eles estavam com 2 anos e 4 meses e eu desisti após padecer durante uma longa, molhada e fedida manhã. Achei que era cedo, que eles não estavam preparados e voltei atrás.

Daí, alguns meses depois, a professora veio me avisar que achava que eles estavam preparados, que eu poderia começar a pensar no assunto em parceria com a escola e tal. Mas, também me aconselharam esperar passar o inverno e cá estamos. Fim do inverno, tempo mais agradável. Os meninos já estão com 3 anos, o meu varal continua sem cuecas tamanho mini e eu continuo achando que eles não estão preparados e nem dando muitos sinais de que se interessam pelo verdadeiro enxoval de cuecas que eu preparei pensando e sonhando com esse momento.

Então, perdi o sono. Elaborei teorias quase que psicóticas, pensei em acordar o meu maridinho para compartilhar, mas achei mais prudente permanecer sozinha de madrugada com os meus pensamentos insanos.

No dia seguinte, zonza de sono, só consegui tomar uma atitude: comprar aquelas fraldas que a criança pode pôr e tirar sozinha cada vez que sentir vontade de ir ao banheiro. Fiz o discurso de que era uma fralda-cueca, coisa de rapaz, mas de nada adiantou. Pelo menos, não naquele dia.

À noite, maridinho em casa, sentamos no sofá, um de frente para o outro e eu falei bem sério, olhando fundo nos olhos dele:

- Eu preciso conversar com você uma coisa que está me tirando o sono, me preocupando muito, muito, coisa séria.

Ele me olhou com aquela cara de “lá vem ela e sua TPM de novo...”.

Comecei a contar tudo, com muito mais detalhes do que contém esse post, as teorias psicóticas todas, “niqui” ele me interrompe e diz:

- Cá, nada disso. Não tem que ter preocupação ou insônia por causa disso. Sabe do que esses meninos precisam mesmo? Fazer muito cocô e xixi na roupa, sabe do tipo que escorre na meia, molha e suja o carpete? Então, só assim eles vão aprender e sair da fralda.

Ah, os homens... Muito mais práticos... Tenho certeza que ele tem razão, mas cadê coragem??

*****

Eu não esqueci da resposta para o post de sexta feira, viu?! Quem disse que as pernocas roxinhas pertencem à Manu, acertou. Aquela bailarininha desastrada, menina moleca de tudo! (As pernas até poderiam ser minhas... Isso é, antes da invenção das joelheiras, caneleiras e protetores de quinas!)

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