A entrevista... AO VIVO!!!

Recebemos, as Mamatracas e eu, um convite no email de contato do Mamatraca de uma entrevista via telefone ao vivo para o programa Cotidiano na Rádio Nacional AM de Brasília. Fiquei tão animada com o convite que me voluntariei de cara para ser a porta voz e todas toparam. Alguns minutos depois e me dei conta do que eu estava aceitando fazer: FALAR AO VIVO EM UM PROGRAMA DE RÁDIO!

Eu não sou especialista e muito menos experiente em falar AO VIVO, mas respirei fundo e não voltei atrás. A Rô me mandou um guia de media training, que eu li inteirinho umas 600 vezes, decorei e me tranqüilizei para a tarefa. Em seguida, me senti um pouco mais tranqüila por lembrar de que estaria falando, mesmo sendo AO VIVO, sobre um assunto que é do meu total interesse e, desculpem a modéstia, conhecimento. Afinal, a pauta era o Mamatraca, dã!

Tive mais ou menos uma semana para fantasiar sobre a entrevista, o que seria perguntado e o que eu responderia, daí, na véspera, não dormi à noite inteirinha me acalmei de fato.

A insônia é um fenômeno interessante que te faz pensar e divagar sobre os mais variados acontecimentos e até tirar conclusões que necessitariam de um bom tempo no divã para virem à tona.

Vejam só: eu não tenho aquele medo paralisante de falar em público, aliás, falo ao vivo o dia inteiro, né?! E também considero que tenho propriedade para responder toda e qualquer questão sobre a pauta, então o que é que estava me tirando o sono mesmo, hein?!

A insônia, aquela linda, me fez regredir ao dilema da maternidade x carreira, ou a não-carreira, como costumo definir o meu caso. Sim, as prioridades são as crianças, portanto todo e qualquer compromisso que eu tenho, marco na hora em que eles estão na escola. Simples assim. Obsessivo assim. Das 13:15 às 17:15h estou disponível para o que tiver vontade ou necessidade de fazer. De resto, a resposta é não, infelizmente, não posso, tô na função das crianças, dá licença? E então, me aparece a produtora do programa pedindo uma entrevista ao vivo justo no horário da natação das crianças. Ou melhor, no fim da aula, quando eu estou dando banho em 3, vestindo os 3, guardando na mala maiô e sungas molhadas, touca, óculos, chinelo, um momento bem fácil e tranqüilo do meu dia, sabem? Como é que eu poderia dar essa entrevista dentro de um vestiário que faz eco e que reúne zilhões de criancinhas barulhentas e molhadas?

Enfim, quebrei a cabeça e fiz uma logística específica, sem nem precisar mudar o horário do programa AO VIVO ou a aula de natação, que é estabelecida independente dos horários e compromissos dos pais dos alunos.

Só sei que quando o telefone tocou eu já estava em casa, trancadinha no silêncio do meu quarto e com as respostas na ponta da língua. É verdade que me veio um suadeiro doido enquanto falava, mas ninguém viu, tá?! E não teve pegadinha ou pergunta cabeluda que me fez perder o rebolado, sucesso!

Mas eu continuo pensando, aqui do auge da minha não-carreira: como é que, com tantas variáveis e imprevistos se concilia mesmo?

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