terça-feira, 27 de abril de 2010

Nostalgia de Mãe II


Então eu me lembro de permanecer internada no quarto dos meninos, as necessidades e os cuidados todos me tomavam o dia inteiro. Banho, mamadas, cólicas infinitas (esse assunto merece um capítulo à parte, do tipo longo), colocar para dormir, não quer dormir, cólica de novo, outra mamada... uma maratona, ou melhor, duas! Melhor ainda, três!
O meu banho durava 1 minuto e 45 segundos, as minhas roupas revezavam-se entre um roupão branco e outro também branco com bolinhas rosa. Sim, é bem mais fácil vestir um roupão, a gente mal tem tempo para escolher uma roupa que nos sirva nessa fase horrenda do pós-parto (outro belo capítulo, de rir e chorar).
Daí, depois de um tempo, a Manu entendeu que aquela era a nova rotina da casa, pior ainda, a minha rotina, as minhas obrigações, de modo que ela passou a me sinalizar que não gostava nada daquela história. Não foi difícil entender, afinal, cada vez que eu ia entrar no quarto dos irmãos, ela se agarrava às minhas pernas e berrava “NÃÃÃO!”. Precisava ser mais clara?
E o meu coração apertava, os três precisavam de mim de maneiras tão diferentes... e entendi que tinha chegado a hora de equilibrar todos esses pratinhos direito. É verdade que eu tive muita ajuda, quando chegavam os finais de semana, especialmente os de folga da babá, a minha mãe ou a minha sogra davam uma forcinha com a Manu, para ela sair daquela “bebezada” e passear. Mas aquilo também me doía horrores, afinal, achava que a função era minha. A responsabilidade de cuidar dos meus três filhos, passear com eles, era MINHA! Hoje chego até a achar isso uma besteira, tem coisa mais deliciosa do que passar um fim de semana na companhia da avó? Mas, na minha cabeça recém-parida-cheia-de-hormônios-malucos, delegar era muuuuito difícil, ainda mais pra mim, que sempre fui muito centralizadora e controladora.
Reuni forças sem medir esforços para planejar uma rotina razoável de atenção aos três: acordava cedo, cuidava dos meninos, entrava num banho, punha um vestidinho soltinho báááásico e saía com a baixinha. Tomamos muito café da manhã na padaria, passeamos muito na pracinha e, devo confessar com a maior alegria do mundo que ela foi, e ainda é, uma super companhia para aqueles programas e compromissos em que eu poderia levá-la. Sim, os filhos nascem, mas a vida continua, o supermercado e todas aquelas tarefinhas e pepininhos do dia-a-dia ainda precisam ser feitos...
E a verdade é que a rotina vai mudando, o tempo das crianças também, suas necessidades, eles crescem muito rápido, de repente tá todo mundo brincando junto no chão, fazendo a maior bagunça! As calças jeans voltam a nos servir, as batinhas de malha vão praticamente para o lixo, o banho é coletivo e, na hora de sair, a mamãe chama: “vam´bora, turminha, que o elevador já chegou!”. E eles saem andando e se empurrando em uma fila meio duvidosa, os meus três pituquinhos...

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3 comentários:

maria rita disse...

nossa, cacau, essa me fez chorar! que lindo, filha! maior orgulho de vc.
beijos emocionados. mamae

maria rita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Elisa disse...

Ai que delicia ler essas coisas.....eu só imagino os três em filinha, entrando no elevador!!!!....rsrsrs. ADOREI, CÁ! Tem mais amanhã????Quero saber do capítulo pós-parto...rsrsrs
Beijo

 
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