segunda-feira, 26 de abril de 2010

Da série Nostalgia de Mãe I


Eu já me confessei meio nostálgica e essa sensação parece não passar nunca. Então, resolvi inaugurar aqui uma série "nostalgia de mãe", para eu ficar lembrando, relembrando, rindo, chorando o tanto de coisas que já aconteceu no pouco tempo de vida das crianças.

Quando nasce um filho, ou o segundo e terceiro, o tal do clichê “das alegrias e dificuldades sem fim” não se esgota jamais. E, é sério, tenho saudades sim, de muitas coisas. Mas eu estava justamente relembrando o momento do nascimento do Joaquim e do Pedro e o que eu enfrentei com a Manuzinha. Às vezes nem sei como chegamos até aqui, “dificuldades sem fim”...

Ouvi de uma amiga da minha prima, que já tinha dois filhos, a seguinte frase: “a sua vida muda realmente com a chegada do segundo filho!”. Verdade verdadeira, acreditem em mim, mães de filhos únicos. Cuidar de um é quase como brincar de casinha, eu juro!

Mas, como eu estava falando, nunca vou me esquecer da carinha da Manu quando entrou na maternidade pela primeira vez para conhecer os irmãos. Ela lançou a mim e ao Papai o seu olhar tão conhecido e característico de braveza pura, flagrou-nos cada um com um dos meninos no colo e parece que não gostou do que viu.

Ela estava numa fase de computador, vivia querendo mexer no nosso e em todos que visse, então compramos um laptop cor de rosa para ela “ganhar” dos irmãozinhos recém-nascidos. Laptop cor de rosa no colo, momento devidamente registrado, mas aquele nunca se tornou o seu brinquedo preferido, nunquinha. E, a partir daí, as tais das chupetas, que eram só usadas durante a noite, tornaram-se os acessórios mais importantes e utilizados por ela o dia inteiro (ouvi alguém falar “Freud explica”?).

Agora quem explica é a própria Mamãe, que viu, ou melhor, ouviu falar que a Manu aprendeu a andar na manhã em que os meninos nasceram. Chegou para visitá-los na maternidade andando de vestidinho, toda lindinha, com uma expressão que me dizia que era melhor começar a andar já, senão ela ia ficar pra trás. Dó, dó, muita dó!

Chegamos em casa da maternidade, o coração quase voando pela boca de tanto nervoso do “e agora? Como faço com três???”, mas fui lá dar uma espiadinha na Manu, que estava dormindo e olhei a minha filha com o bumbum pra cima no bercinho, ela parecia enorme, um bebezão, uma menina, a minha mocinha, que não era mais filha única, era a irmã mais velha de dois bebezinhos gêmeos... Que responsabilidade!

E, pela primeira de muitas vezes, ela me mostrou que não é tão mocinha assim, e que a responsabilidade é minha e do Pai dela: “resolveu” ter febre na primeira noite dos meninos em casa. Eu me lembro do meu sogro ligar na manhã seguinte e perguntar como tinha sido à noite. Com um nó na garganta e uma sensação de desespero, contei que as crianças estavam acabando comigo. Eles tinham acordado à 1 da manhã, às 3, às 5 e às 7. Ah! E a Manu teve febre....

Até hoje penso nessa questão de ser mocinha, de autonomia e independência. Sou super a favor de incentivar e estimular todos esses aspectos para as crianças, considerando a idade deles, obviamente. Mas a gente tem que tomar cuidado, prestar atenção no quanto eles “agüentam” e conseguem realizar. Tenho certeza de que essa febrinha foi um sinal disso e de que eu recebo “sinais” semelhantes quase que diariamente.

Quando a gente fala que a criança “regrediu” na ocasião do nascimento de um irmão ou irmã, penso que a regressão é um comportamento decorrente da mudança de posição de filha/filho único, para ser o mais velho. Você acha que é fácil?

A chegada de um filho exige que uma mãe e um pai também devem nascer, sobrevivência pura. Mas a gente sabe disso, a gente gera um bebezinho por nove meses, o pai sente o bebê chutar na barriga, “atura” a grávida, ou seja, a gente se prepara para isso. Claro que nunca estamos preparados, ninguém sabe como é até receber aquele pacotinho do obstetra e levá-lo para casa, mas a gente sabe... De uma forma ou de outra, sabe. Só não conhece ainda a caixinha de surpresa que o pacotinho também é.

E o tal do filho único? Que da noite para o dia vira irmão mais velho? A tarefa dele é quase tema do “Missão Impossível”. Mudar de papéis e ter de assumi-los é das coisas mais recorrentes na vida, mas toda mudança requer adaptação e “balança as estruturas”. Eu tenho isso como um mantra, para todas as vezes em que a Manu me pede a chupeta (até hoje!) ou imita o jeitinho de bebê que os irmãos falam para pedir alguma coisa...

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3 comentários:

Paloma Varón disse...

Ai, menina, nem me fale... a grande aventura está só começando! E estes sinais que eles nos passa são importantíssimos, também acho demasiado exigir tanta autonomia ed crianças tão pequeneas. Mesmo sendo irmãos mais velhos, eles ainda são crianças e estão na primeira infância.
Beijos

Di disse...

Olha, devo dizer que não é MUITo mais facil quando eles crescem rs Explico: o Taz tem uma filha ja adolescente, do primeiro casamento dele. Lulu tem 14 anos agora e adora a irmãzinha, que a adora de volta. MAs, quando começamos com as tentativas, quase 3 anos atras, a primeira reação foi outra: na hora que falamos que estavamos querendo ter um bebezinho nosso, ela fechou a cara na hora. Me deu um medo!!
Mas, dei sorte, sem duvida. Pouco tempo depois, mesmo, uns 15 ou 20 minutos depois, tendo ponderado o assunto, declarou: Ok pai, mas seguinte, tem que ser uma menina! Irmão homem eu ja tenho e é muito chato, então agora quero ter uma irmãzinha!
Na hora respondi: não se preocupa Lu, que seu pai so sabe fazer meninas!
Ainda bem que eu acertei né? rsrs

Carol Garcia disse...

Que loucura.
Quando penso no próximo filho, penso em váaarios fatores e principalmente no lado do pequeno.
As vezes não vejo drama, já que ter irmão nunca foi problema lá em casa. Mas tem horas que me ponho a imaginar como será que vai ser a reação do Isaac.
Ufa....
Ah! parabéns pelo seu blog! Estou começando nessa também.
Bjocas
Carol
http://viajandonamaternidade.blogspot.com

 
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