sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cheirinhos II


E hoje tive um momento de nostalgia com um "cheiro" muito específico de criança. Já falei sobre isso aqui e quis continuar.
Todos os dias, arrumo as mochilinhas dos meninos antes de irem para a escola, preparos os lanches e mando as fraldas descartáveis para as trocas. Senti o cheirinho das fraldas e lembrei de mim, grávidona, 2 vezes, arrumando os quartinhos. Sabe quando falta muito pouco para o bebê nascer? Já está tudo prontinho, providenciado e a gente tá naquela espera, numa ansiedade sem tamanho, cansada do barrigão, morrendo de vontade de conhecer os filhotinhos...
Eu tive que fazer 2 cesáreas e, nas duas vezes em que o médico falou: "pronto, está na hora, pode ir para o hospital amanhã, mas se acontecer alguma coisa durante essa noite, me liga!", eu chegava em casa da consulta, revisava as malinhas da maternidade e fazia a última coisa que faltava para esperar os meus filhos: abria os pacotes de fralda e arrumava todas na primeira gaveta da cômoda. Sempre na primeira, a de mais fácil acesso, pois é o que pegamos toda hora, toda hora.
O cheirinho das fraldas (ainda limpinhas, claro!) tomava conta do quarto, é tão caractarístico pra mim, que me traz essa lembrança de que "está tudo pronto para te esperar, meu amor!".
E, apesar de sentir esse cheiro todos os dias, arrumando as mochilas, ou colocando as fraldas ainda na primeira gaveta todas as vezes que volto da farmácia, hoje ele estava especialmente gostoso, saudoso e nostálgico.
Também me lembro da primeira vez em que sai de casa depois que a Manu nasceu, dei banho, amamentei e ela ficou com a enfermeira, para que eu pudesse trocar uns presentinhos que ela ganhou na maternidade. Foi estranho, muito esquisito mesmo, a luz na rua parecia bem mais forte do que eu estava acostumada, sai dirigindo com muito mais cuidado, na velocidade mais baixa possível, tudo na base do instinto mesmo. E, a cada esquina, lembrava da minha primeira filha, em casa, com uma pessoa de confiança, porém estranha, e eu cheirava a palma da minha mão e sentia o cheirinho dela, aquilo praticamente me acalmava, tipo a minha "naninha" mesmo, sabe?
...
E, na primeira vez em que consegui sentar para fazer a unha depois do nascimento da Manu, a minha manicure de anos olhou o desleixo da minha mão e comentou sabiamente: "Mãe que é mãe tem Hipoglós debaixo da unha!". E eu fiquei feliz, feliz, feliz, me sentindo mãe diante do mundo inteiro!

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2 comentários:

Anônimo disse...

que delicia!... Engracado como existem coisas simples que nos trazem as lembrancas mais valiosas e gostosas!
Mi

Di disse...

Aaaah essa é otima, a do hipoglos, rs Tai, vivo limpando hipoglos da unha!
Ah, cheirinho de nenem é tudo de bom!

 
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